domingo, 6 de julho de 2014

LIÇÃO QUE FICA

Imagem: Google


Antonio Silva

A Copa do Mundo vai muito além de ganhar ou perder. A Copa do Mundo é talvez o único campeonato que esses dois elementos são meros detalhes. O que faz uma Copa brilhante não são os estádios, as torcidas, ou as novidades tecnológicas que são apresentadas para tornar o futebol à indústria da certeza dando fim ao charme da dúvida que sempre alimentou enormes discussões ao longo da história.
O que faz mesmo uma Copa brilhante são as seleções, jogadores que vestem não a camisa, mas a bandeira de seu país. Esquecendo qualquer apelo comercial, ou objetivo financeiro. Numa Copa do Mundo não é preciso se poupar, o que faz brilhar esse torneio é justamente a doação de cada atleta que vai ao extremo por amor a sua pátria.
Confesso que fiquei fascinado com algumas seleções como a Argélia que lutou até o último segundo diante da gigante Alemanha. Lutou não apenas para vencer, lutou por cada argelino presente no estádio, lutou por todos os argelinos espalhados pelo mundo, lutaram por sua honra, lutaram por sua bandeira. Os Estados Unidos é outro exemplo correu até a última força para prosseguir naquele que nem é o esporte preferido do país, mas, sua luta não foi em vão cativou milhares de americanos que torceram até o último instante.
A Grécia que jamais tinha ido tão longe, talvez inspirados pela Deusa Nice da vitória. Surpreenderam no fim, mas sucumbiram diante da animada e surpreendente Costa Rica. O que falar da Costa Rica então que veio com a cara e a coragem, desconhecida, mas temida na América Central deixando grandes seleções para trás, segue firme no sonho de fazer história.
Comove o choro, as caretas de dor, o extremo cansaço. Comove a única oportunidade de viver uma copa do mundo, comove sim as lágrimas da responsabilidade. E não me refiro ao choro dos jogadores brasileiros que choram por saber que o futebol brasileiro sucumbe a interesses próprios e que esta seleção é a pior de todos os tempos.
Sei que esta magia pertence apenas à copa do mundo, mas gostaria que ela contagiasse os nossos jogadores. Enfim o que quero dizer aqui é que quando nossos times voltarem a jogar, que absorvam essa lição que fica e que acima de tudo lutem, joguem cada jogo como se fosse o último, joguem com toda a força, joguem com toda a garra, se não estão cada um em seu país ou em sua seleção que façam de seu clube sua seleção, que façam de sua torcida sua nação, e que tenham noção de que nenhuma luta é vã e que todo esforço será reconhecido. Não é apenas o título, a taça, a medalha, a foto.
A lição que fica é que vale a pena lutar sempre em qualquer situação, pois o esforço sempre será reconhecido.

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