sexta-feira, 18 de julho de 2014

A LATINHA DE REFRIGERANTE

Imagem: Pepsi
Antonio Silva

            Estou almoçando um maravilhoso pastel de frango, ali na lancheira bem próximo ao meu trabalho, bem prático comer bem e se deslocar pouco, mas o que me chama atenção é a latinha de refrigerante que está em cima da minha mesa. Objeto daquela marca que não se importa em ser a segunda, talvez ser segundo também seja bom. Pode ser.
            A lata azul com detalhes em vermelho ostenta a foto do zagueiro brasileiro David Luiz, um dos poucos salvos na inquisição mineira moderna, onde todos os canarinhos foram crucificados sem dó nem piedade por cruéis inquisidores alemães.
            O que me impressiona é a postura altiva e de liderança em que se põe a face do jogador brasileiro, a mesma com a qual defendeu como pode sua seleção na chamada copa das copas. 
            E isso me fez pensar em todos os jogadores modelos que tivemos, em todas as campanhas de marketing que fizemos para nos vangloriar, para nos enaltecer e claro para ofender e provocar os nossos adversários. Nosso treinador mesmo se saiu um ótimo ator nos comerciais e nas inúteis desculpas que deu para justificar o injustificável.
            Pena que nos esquecemos de treinar, de nos preparar, de criar alternativas para caso o principal ator da nossa trupe falhasse. Pois é, ele falhou e faltou. De nada adiantou cantar o hino afinadamente e chorar nas horas difíceis. Perdemos em casa, diante da torcida, diante dos cachês milionários, diante dos patrocinadores.
            Se bem que isso nada mais importa. Cada um ganhou o seu. E eu para ser sincero me importava mais com o pastel. A latinha foi por acaso, mas vou leva-la junto para não esquecer desta lição, mas também ou leva-la junto para alguém que eu amo.
            Esse alguém não pode tomar refrigerante, mas pode admirar David Luiz. Essa lata será a boa lembrança de uma copa que a fez chorar. 

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