Imagem: Google
Antonio
Silva
Era impossível prever o resultado,
era impossível prever a maior goleada da história, era impossível prever o
maior vexame de todos os tempos, era impossível querer algo que não fosse à
vitória, a vaga na final e o sonho do hexa em casa.
E tudo começa as 17h00min do dia
08/07/2014. Aqui no Sul uma tarde fria, silenciosa e escura, acreditamos que
era apenas o retrato de uma tarde de inverno. Mas, não todo este cenário já se
configurava para a maior catástrofe da história do futebol brasileiro.
Brasil e Alemanha no Mineirão
reviveriam a final da Copa de 2002, a final que rendeu o penta, a final que
dava esperança ao futebol brasileiro de novamente vencer a Alemanha, já que no
último confronto em 2010, a Alemanha venceu por 3x2.
Mas, agora era Copa do Mundo e mais
era a Copa do Mundo no Brasil, no país do futebol, no berço da bola. E o retrospecto contra os alemães era
maravilhoso. Apenas era, pois o Brasil jogou apenas dois minutos, e em trinta
minutos a Alemanha fez cinco gols.
O futebol alemão mostrou-se
superior, venceu, humilhou, trucidou o Brasil em sua casa, diante da sua
torcida. Mas, acima de tudo respeitou o Brasil, pois é obrigação do time
superior golear o time inferior, e a Alemanha fez isso.
Tudo na vida se resume a dedicação e
trabalho, e ninguém no futebol trabalha mais que o futebol alemão, um exemplo é
seu treinador que está há oito anos no cargo mesmo sem ganhar títulos mesmo
perdendo como foi em 2008 na Eurocopa para a Espanha. O futebol alemão investiu
para ser o que é, quando eles perceberam que estavam ficando para trás, há cerca
de vinte anos a confederação alemã criou centros de treinamentos em todo o
país, investiu na formação de atletas, mas investiu também para que seus
atletas permanecessem no país tanto que em sua maioria os jogadores da seleção
jogam na Alemanha.
Em contrapartida o Brasil no auge de
sua soberba de penta campeão nada fez, transformou o nosso futebol em um
mercado de livre comércio de jogadores, não investiu em aprimoramento dos
atletas, não investiu em estrutura. O Brasil transformou nossos atletas em
modelos é propaganda de refrigerante, de xampu, operadoras de celular, de
material esportivo.
O 7 x 1 de ontem manchou
definitivamente a história da quase intocável camisa amarela de cinco estrelas,
mas não mancha tanto quanto essa última seleção que de longe é a pior geração
que já vestiu a camisa da seleção brasileira. E isso custou caro, custou à copa
do Brasil, custou o maior vexame que apenas é superado pelo Maracanasso.
O 7 x 1 de ontem suja a história do
Felipão, o maior vencer que a seleção brasileira já teve, ele chamou a
responsabilidade, pois sempre soube da insuficiência do time que tinha nas
mãos. A culpa é dele sim e ele sabe disso.
Mas, que essa não seja uma derrota
em vão, que sirva para mudar o futebol brasileiro, quando digo mudar não é
apenas trocar o técnico e os jogadores, mas que mude o modelo de gestão, que
mude a forma de pensar, que mude as convocações, que se convoque por mérito e
não por mídia, que mude nesses próximos quatro anos, senão o hexa continuará no
sonho.
Aquela tarde, fria, escura e
silenciosa não era por acaso. Foi assim que tudo acabou, na perplexidade do
escuro na imensidão do silêncio.
Abraços.
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