Imagem: Site FG
Antonio Silva
A punição do Grêmio é injusta, foi
injusta e será lembrada para sempre como injusta. Há mais de dez anos o clube
se tornou pioneiro em ações contra racismo, cada vez que houve o clube sempre
puniu e se dispôs a colaborar com a justiça, mas para os “moralistas” do
tribunal isso de nada serve.
A confirmação desta punição apenas
abre procedentes para que cada gremista faça sua parte e fiscalize os jogos e
aqui deixo alguns detalhes observados pós Aranha:
·
Torcida
do Atlético/MG, que fica atrás do gol do adversário, para “intimida-lo” grita
palavras de cunho racistas e homofóbicas, repórteres da Rádio Gaúcha já
denunciaram essas ações durante o jogo do Grêmio contra o Galo, mas nada
aconteceu!
·
Torcedores
Corintianos chamaram o zagueiro Gil de macaco de merda em um comentário no
Instagram, mas nada aconteceu!
·
Torcedores
do Paraná matam um jogador do Avaí atirando um pedaço de paralelepípedo contra
o ônibus, quebrando o vidro e atingindo o torcedor, mas nada aconteceu!
·
No
último clássico entre Cruzeiro e Atlético/MG, torcedores da Raposa líder do
brasileiro abriram fogo matando um atleticano, mas por enquanto nada aconteceu.
Diante de tantos casos é difícil não
acreditar em uma teoria da conspiração, pois o caso envolvendo o Grêmio
explodiu nas redes, e já estes nem apareceram, o próprio retorno do Aranha a
Porto Alegre foi manchetado como hostilidade o simples fato da torcida do
Grêmio vaiar ele.
Mas, apesar da tristeza e insatisfação
pela não reversão, quem conhece a história do Grêmio sabe que este clube jamais
teve preconceito, se ao ler isso você lembre daquela história de que o clube
não aceitava negros, saiba que isso era cultural e naquela época nenhum clube
aceitava negros.
Imagem: Site FG
Mas,
no quesito torcedores negros, Lupícinio Rodrigues conta em uma carta porque que
seu pai começou a torcer para o Grêmio, segue um trecho da história:
“Em 1907, uma turma de
mulatinhos, que naquela época já sonhava com a evolução das pessoas de cor,
resolveu formar um time de futebol. Entre estes mulatinhos estava o senhor
Júlio Silveira, pai do nosso querido Antoninho Onofre da Silveira, o senhor
Francisco Rodrigues, meu querido pai, o senhor Otacílio Conceição, pai do nosso
amigo Marceli Conceição, o senhor Orlando Ferreira da Silva, o senhor José
Gomes e outros. O time foi formado. Deram o nome de Rio-Grandense, e ficou sob
a presidência do saudoso Júlio Silveira. Foram grandes os trabalhos para
escolher as cores, o fardamento, fazer estatutos e tudo que fosse necessário
para um clube se legalizar, pois os mulatinhos sonhavam em participar da Liga,
que era, naquele tempo, formada pelo Fuss-Ball, que é o Grêmio de hoje, o Ruy
Barbosa, o Internacional e outros.”
Este sonho durou anos,
mas no dia em que o Rio-Grandense pediu inscrição na Liga, não foi aceito por que justamente o Internacional, que
havia sido criado pelo ‘Zé Povo’, votou contra, e o Rio-Grandense não foi
aceito. Isso magoou profundamente os mulatinhos, que resolveram torcer contra o
Internacional, e o Grêmio, sendo seu maior rival, foi escolhido para tal. Leia
o texto na íntegra aqui mesmo no blog, quero mesmo é dizer com
isso é que não importa o peso dessa punição, pois a história do Grêmio é maior
do que qualquer tropeço.
Ao Aranha um recadinho:
que se perca na própria “teia” de mentiras, que pereça na condição de goleiro
médio que sempre foi e saiba que o tempo é justo e não perdoa.