Imagem: Google
Bruna Beatris Berghan
Era mais um dia de sol naquela
pequena cidade no interior. Soraia despertava para mais um dia se sentar na
varanda, vendo os pais trabalharem na horta e ler alguns jornais que o pai
conseguia no mercado da esquina.
Soraia possuía uma deficiência
conhecida como paraplegia, que a impedia de andar. A doença vinha do
nascimento, e ela sabia que sua vida seria em cima de uma cadeira de rodas.
Ela era feliz acima de tudo, o
problema não lhe entristecia, pois, como a doença, desde que nasceu ganhou um
amigo, o qual só ela via.
Os pais a levaram a psicólogos que
diziam ser um amigo imaginário, e que a medida que ela fosse crescendo ele
sumiria.
Como a condição financeira da
família era precária, todos os médicos que a menina necessitava era os que
haviam nos postos de saúde.
Quando Soraia completou 15 anos, os
pais prepararam uma humilde festa e convidaram seus parentes e amigos mais
próximos para prestigiar a filha, que estava radiante, pois havia visto seu
amigo imaginário, ao qual chamava de protetor, e ele a desejou um feliz
aniversário. E como presente lhe trouxe o dom de poder ouvi-lo.
Os dias foram passando, e ela
começou a conversar com ele, até que resolveu questioná-lo, e mesmo com
timidez, lhe perguntou qual era o seu nome e o porquê dele a visitar com tanta
frequência. Ele disse que se chamava Cassiel e a visitava porque era o seu protetor,
encarregado de cuidar dela com muita atenção e carinho.
Com o passar dos anos, Soraia, já
com 20 anos, resolveu que queria estudar artes em uma escola da cidade, e iria
se mudar para próximo do local. Com a condição de cadeirante, demorou até
encontrar um local onde tivesse acesso para ela.
Soraia e Cassiel foram juntos para
lá, como se fossem um só. Dois anos após a mudança, ela conheceu e se apaixonou
por um rapaz, com o qual casou e construiu uma bela casa.
O rapaz era Marcelo, e frequentava
um lar espírita, aonde ia desde criança. Pensando em sua esposa e sobre as
histórias que contava sobre Cassiel resolveu que ia levá-la para conhecer e
trabalhar o seu dom.
Lá ela foi desenvolvendo cada vez
mais sua mediunidade, e trabalhando com seu protetor.
Os anos foram passando e ela, já com
40 anos e dois filhos, trouxe os pais para morar com ela. Contou-lhes toda a história
que havia desenvolvido e eles resolveram que iriam apoiá-la.
Ela escreveu um romance sobre sua
vida anterior, tendo a ajuda de Cassiel para elaborar e lembrar de tudo. E
ainda, pode perceber através da histórias, que esse dom divino vem de outras vidas.
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