quarta-feira, 3 de setembro de 2014

MUITO ALÉM DAS VIDAS

Imagem: Google



Bruna Beatris Berghan

            Era mais um dia de sol naquela pequena cidade no interior. Soraia despertava para mais um dia se sentar na varanda, vendo os pais trabalharem na horta e ler alguns jornais que o pai conseguia no mercado da esquina.
            Soraia possuía uma deficiência conhecida como paraplegia, que a impedia de andar. A doença vinha do nascimento, e ela sabia que sua vida seria em cima de uma cadeira de rodas.
            Ela era feliz acima de tudo, o problema não lhe entristecia, pois, como a doença, desde que nasceu ganhou um amigo, o qual só ela via.
            Os pais a levaram a psicólogos que diziam ser um amigo imaginário, e que a medida que ela fosse crescendo ele sumiria.
            Como a condição financeira da família era precária, todos os médicos que a menina necessitava era os que haviam nos postos de saúde.
            Quando Soraia completou 15 anos, os pais prepararam uma humilde festa e convidaram seus parentes e amigos mais próximos para prestigiar a filha, que estava radiante, pois havia visto seu amigo imaginário, ao qual chamava de protetor, e ele a desejou um feliz aniversário. E como presente lhe trouxe o dom de poder ouvi-lo.
            Os dias foram passando, e ela começou a conversar com ele, até que resolveu questioná-lo, e mesmo com timidez, lhe perguntou qual era o seu nome e o porquê dele a visitar com tanta frequência. Ele disse que se chamava Cassiel e a visitava porque era o seu protetor, encarregado de cuidar dela com muita atenção e carinho.
            Com o passar dos anos, Soraia, já com 20 anos, resolveu que queria estudar artes em uma escola da cidade, e iria se mudar para próximo do local. Com a condição de cadeirante, demorou até encontrar um local onde tivesse acesso para ela.
            Soraia e Cassiel foram juntos para lá, como se fossem um só. Dois anos após a mudança, ela conheceu e se apaixonou por um rapaz, com o qual casou e construiu uma bela casa.
            O rapaz era Marcelo, e frequentava um lar espírita, aonde ia desde criança. Pensando em sua esposa e sobre as histórias que contava sobre Cassiel resolveu que ia levá-la para conhecer e trabalhar o seu dom.
            Lá ela foi desenvolvendo cada vez mais sua mediunidade, e trabalhando com seu protetor.
            Os anos foram passando e ela, já com 40 anos e dois filhos, trouxe os pais para morar com ela. Contou-lhes toda a história que havia desenvolvido e eles resolveram que iriam apoiá-la.
            Ela escreveu um romance sobre sua vida anterior, tendo a ajuda de Cassiel para elaborar e lembrar de tudo. E ainda, pode perceber através da histórias, que esse dom divino vem de outras vidas.




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