segunda-feira, 30 de junho de 2014

DESTINO AMOR

Imagem: Google

Bruna Beatris Berghan

            Ela aquele dia estava indo ao encontro de uma nova vida. Naquele passeio até a cidade vizinha que iria encontrá-lo, um rapaz que conheceu em uma rede social.
            Ela nunca tinha feito nada deste tipo, não acreditava que algum romance pudesse começar na internet. Achava que pudesse ser algum homem que lhe fizesse mal.
            Mas essa vez não pensou isso, foi diferente, sentiu a diferença quando conversaram. Desde o primeiro bate-papo viu que estavam conectados.
            O mesmo curso, os mesmos sonhos, os mesmos desejos para o futuro. Tudo combinava inclusive o nome que queriam para sua primeira filha no futuro.
            Ela se arrumava para sair de casa e falava com ele ao mesmo tempo. Mandou uma foto com a roupa que estaria vestida para que ele a encontrasse.
            O dia era nublado, ela fica esperando ele chegar em uma parada de ônibus. Os minutos passam, parece que se arrastavam. Enfim ele chega, e ela, querendo fazer certo charme, mexe em seu celular.
            Quando ele desse e se aproxima dela os dois se abraçam, de modo que não se soltam, um abraço longo, onde corações se juntam novamente, corações que já estiveram juntos em outras vidas.
            Eles seguem para o shopping, onde conversariam um pouco. Sobem os andares e vão em direção a uma mesa e ainda de mãos entrelaçadas, se sentam em volta de uma mesa de frente uma para o outro.
            Ele lhe entrega um texto, ela lê com água nos olhos. Ele pede para ela se sentar ao seu lado e ler um pedaço em negrito do texto, que dizia dobre uma caixinha preta e um par de alianças. Quando a leitura termina ele lhe entrega a aliança, que se encaixa perfeitamente em seu dedo.
            Ela se emociona com o momento e continua a conversa até que o beijo interrompe o momento.
            E daquele momento em diante a promessa de namoro sério e feliz os protege e os guia para sempre.


AMOR PLATÔNICO


Imagem: Hercilía Fernandes


Antonio Silva



Amor platônico, é o amor que dura para sempre, pois ninguém pode estragar nossa idealização.
Amor platônico sempre renderá o melhor abraço;
Amor platônico sempre renderá o melhor beijo;
Amor platônico sempre renderá o melhor afago;
Amor platônico sempre renderá o melhor cheiro;
Amor platônico sempre renderá o melhor carinho.
No amor platônico ambos estarão prontos para agradar, para fazer o que o outro quiser. No Amor Platônico sempre parecerão felizes.
No amor platônico não há cobrança, não há exigências. Quem ama platonicamente nunca pede nada em troca.
No amor platônico, o êxtase do pensamento é tudo o que se precisa, dessa forma basta pensar e tudo acontece do amor ao prazer absoluto. No amor platônico o pensamento chega a excelência.
Quem ama platonicamente nunca será totalmente feliz. Será cinquenta por cento feliz, pois ninguém pode ser feliz por dois.
Amor platônico nunca será amor, o pensamento é egoísmo.
 




 

domingo, 29 de junho de 2014

JAMES RODRIGUEZ

Imagem: Google



Antonio Silva

Superou o abandono do pai.
Superou a ansiedade da gagueira.
Precoce com dois anos já jogava futebol. Com quatorze já era profissional.
E com apenas vinte e dois, já é dono da camisa 10 colombiana.
É o 10 que supera a ausência de Falcão.
É o 10 que ao gaguejar aprendeu a dançar com as palavras, e gingar com as pernas.
É o 10 da esperança.
É o 10 das razões para acreditar.
É  ídolo precoce para ser herói eterno.
Já mostrava qualidade quando foi eleito pela Fifa o melhor jogador nas duas primeiras partidas do mundial.
Sem a referência de Falcão.
Sem a badalação de Falcão.
Ele chamou a responsabilidade.
James Rodriguez defende, arma e marca.
A língua do gol é universal.
Seja em espanhol, português e francês.
James Rodriguez marcou os dois gols contra o Uruguai.
Levando os cafeteros a uma inédita participação nas quartas de finais.
Se tornou artilheiro isolado do mundial com cinco gols.
Já é o maior colombiano em todas as copas.
Dividiu seu dez em dois para liderar.
Dividiu seu dez em dois para chegar a cinco.
Para escrever mais uma página na história da Colômbia.

sábado, 28 de junho de 2014

JULIO CÉSAR

Imagem: Google


Antonio Silva
Julio César de defesas brilhantes,
Julio César enfim se tornou o imperador do Brasil,
Da torcida, da Copa,
De um povo carente de ídolos.
Julio César defendeu os pênaltis da critica,
Julio César defendeu os pênaltis da desconfiança,
Julio César defendeu os pênaltis das dificuldades.
Julio César cresceu, encolheu as traves,
Julio César teve sorte,
Julio César teve talento.
Julio César venceu o Chile,
O Chile se rendeu ao imperador da meta brasileira.
Julio César defendeu duas cobranças,
Conquistou a compaixão da trave na terceira cobrança,
Julio César cobrou pênalti com as mãos.
Julio César honrou o hino e não fugiu a luta,
Julio César amou a pátria das traves.
Na tarde de 28/06.
Julio César reencarnou Taffarel.


AQUELE OLHAR CANINO

Imagem: Google

Antonio Silva

Confesso que ainda procuro entender qual a minha relação com esses animais. De fato durante toda minha vida sempre houve um cão fazendo parte dela. Lembro do primeiro ainda bem gurizinho na casa do meu bisavô. Cão de caça, bravo, ficava amarrado longe da casa, era o companheiro do meu avô nas andanças e ao mesmo tempo o guardião do lar. O fascínio por aquele animal fazia meus olhos brilharem.
Segui crescendo e sempre havia um canino no meu cotidiano, também lembro com clareza daquele branco pequeno que havia na casa da minha avó paterna, muito bonito mesmo, mas, alheio ao afago infantil. Logo depois teve também o maior cachorro de minha vida. O qual meu pai e eu buscamos quase morto, minado em pulgas e faminto, mas, que graças a nossos cuidados se transformou em um grande e forte cão preto, que sempre demonstrou gratidão nos tombos que me deu para brincar.
O que importa nisso tudo é que não cresci sozinho, sempre tive um cachorro a me fazer companhia, e a mais marcante já está há mais de dez anos comigo, uma cadela vira-lata amarela extremamente dócil, que tem como parceira um pinscher pretinho barulhento. Mas, há algo especial entre os cães e eu, às vezes, até penso que tenho cara de cachorro, pois sempre há um próximo de mim. E devo admitir sou mais feliz por isso.
Mas, de fato é que meus olhos sempre são atraídos pela magia destes animais, exemplos de companheirismo, de inteligência, de sabedoria. Se não são dotados pelo dom de falar, suas expressões dizem tudo, pois não existe ser no mundo que se compare ao cachorro quando o assunto é perdoar. Faça o que quiser um cão, mas, quando você chamar ele vai balançar o rabo e vir até você, esse é gesto que perdoa qualquer ato, e sem pedir nada em troca.
Em todos os lugares que vou sempre procuro observar os cachorros. Grandes, pequenos, magros, gordos, os que eu sonhava ter, os que eu já tive. Os que contrariam a lógica e dormem em cima da casa, os calmos, os estressados... Enfim cachorro é a certeza que naquele lugar há algo bom, mesmo que sejam apenas os próprios cachorros.
Na universidade na qual estudo, há uma matilha de cães circulando, às vezes, imagino que nas entranhas escuras dos altos prédios há uma graduação canina. Sempre na pressa cruzo com um cachorro a andar entre os meus colegas estudantes.
E foi numa noite que presenciei uma cena. Estava parado próximo a porta de um dos prédios quando um dos seguranças vem em minha direção, e logo atrás dele vinha uma cadela amarela, seguia-o pelos corredores parecendo pedir algo.
Para quem viu a cena, talvez pense “Queria um pedaço do pastel que ele comia” Mas, minha proximidade com estes animais me dá a certeza que ela não queria seu pastel. Por um tempo observei a cadela, porte médio, bem alimentada, pelo curto, usava uma coleira de pano vermelha já gasta. Se tinha dono, não sei, de repente usava a coleira para disfarçar a solidão.
O homem do alto de seu um metro e noventa, literalmente estava nas nuvens. Incapaz de perceber qualquer coisa a seu redor, nada mais importava para ele do que imaginar a próxima mordida no pastel enquanto ferozmente destroçava a mordida anterior. Tanto que andava de um lado para o outro parecendo perdido, tanto que nem percebia a sua companhia.
Nem percebia que um simples gesto seu poderia fazer aquele animal mais feliz, talvez ele fosse se tornar mais feliz. E tudo poderia ter um desfecho melhor se ele fizesse a aquela cadela amarela o que ela mais lhe pedia, e não pense que era um pedaço do pastel, talvez até aceitasse se ele quisesse dar, mas, o que ela realmente queria mesmo era o que seus olhos tristes diziam.
E tenho certeza que mesmo que estivesse com fome, frio, perdida, um simples carinho faria toda a diferença para aquele animal.Sei disso, porque era isso que aquele olhar representava. E olhar de um cachorro nunca mente.


PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE NOVA HARTZ SEMANAL ANO X EDIÇÃO N° 342 SEXTA-FEIRA 27 DE JUNHO DE 2014

sexta-feira, 27 de junho de 2014

DOS CONJUNTOS AOS EXÉRCITOS DE UM HOMEM SÓ

Imagens: Google
Antonio Silva


Essa Copa do Mundo está se notabilizando pelo alto nível técnico do futebol jogado pelas seleções. O toque de bola objetivo, ofensivo e envolvimento de todos os setores do campo em todas as jogadas vem se tornando referência à substituição do falido modelo espanhol.

Há seleções que vem se credenciando ao título devido executar essa compactação com excelência que são o caso de Holanda e Alemanha (as mais favoritas). Outras também vem mostrando superioridade e resultado como é o caso de França, Estados Unidos, Chile, Costa Rica, Colômbia e México (único insucesso) que talvez por não terem um diferencial apostam no coletivo e está dando certo basta olhar os resultados.
Mas, se tem os que apostam no coletivo, também temos seleções que abusam do individual aquilo que eu intitulo como os “Exércitos de um homem só”. Que são os casos de Portugal que depende de Cristiano Ronaldo, Costa do Marfim que dependia de Drogba, Inglaterra que dependia de Rooney que morreu na ineficiência do meio campo inglês, Itália que dependia do vovô, mas ainda melhor jogador que a Itália tinha Pirlo, a estreante em copas Bósnia também ficou na dependência de seu grande expoente Dzeko, Uruguai que depende de Suárez que deve estar “mordido” após saber que está fora da copa,  a Argentina depende do Messi, assim como ficou claro que o Brasil depende de Neymar.
De todos os citados Brasil, Argentina, Uruguai classificaram, e Portugal caiu na fase de grupos. Portanto, o que quero dizer com essas comparações é que futebol é coletivo. Então não adianta ter apenas UM atleta mesmo ele sendo um dos melhores do mundo quem tiver um conjunto forte na hora da decisão pode levar vantagem.
E não importa o estilo de jogo, seja ele o modelo sonolento de toque de bola espanhol que graças a Deus caiu em desuso, ou este novo modelo de futebol compacto e mutua participação, o futebol se define pelo todo e não pela parte.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

NO FACEBOOK: AMOR x BAJULAÇÃO

Imagem: Google
Antonio Silva


                    Amor no Facebook virou sinônimo de bajulação e para provar listo uma série de fatos:
            Para provar que ama, não é preciso curtir todas as fotos que ela posta no Facebook, ou bombardeá-las de comentários melosos com direito a emoticons e etc....
            Para provar que ama não é preciso postar fotos abraçados ou monitorar quantos amigos homens ela tem ou quantas amigas mulheres ele tem;
            Para provar que ama não é preciso chamar no bate-papo e fazer digitar o que poderia dizer-lhe pessoalmente;
            Para provar que ama deixe o outro a sós quando estiver só no Facebook, para alguns o Facebook é o espelho da alma;
            Para provar que ama não curta todas as fotos ou atualizações de status, deixe-a ser livre mesmo que seja na rede social;
            Para provar que ama faça uma DR pessoalmente. O Facebook é um livro aberto então sem indiretas.
            Para provar que ama, cuide, mas não siga, não persiga, não cutuque, não convide seja discreto;
            Para provar que ama não precisa impressionar com frases feitas. Frases feitas só constroem castelos gramaticais.
            Para provar que ama não confunda amor com bajulação.
 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

OPERÁRIOS

Imagem: Tarsila do Amaral

OPERÁRIOS
Antonio Silva

Eles difundiram a arte da repetição,
Dia após dia fazem tudo sempre igual,
Levantam cedo.
Arrumam seu café.
Vestem sua armadura,
Um jaleco alguns verde outros azul.
E seguem seu rumo em multidão,
Sem sorrisos,
Sem expectativas,
Sem sonhos,
Seguem o único rumo,
Que seus pés sabem caminhar.
O barulho das máquinas é seu despertador,
O couro é sua segunda pele,
A cola é sangue em suas veias,
A esteira o batimento de seus corações.
Confeccionam sapatos para dormir à noite,
Confeccionam sapatos para suportar um dia inteiro em pé,
Confeccionam sapatos alheios à tristeza,
Confeccionam sapatos alheios ao cansaço,
Confeccionam sapatos a indiferença.
Para eles viver é se repetir,
Férias são pequenas mortes,
O seu tempo um carrossel.
Que passa mais rápido e cruel,
Confeccionam sapatos para andarem descalços.