sexta-feira, 15 de maio de 2015

AMOR EM SILÊNCIO



           
Néstor Sarmento
            
             


              O amor é maravilhoso principalmente quando se pode estar com a pessoa amada. São tantas as demonstrações de carinho, de afeto de paixão. Quando estamos juntos da pessoa amada, nosso cérebro ativa a região responsável pelo amor. Passamos a ser mais ativos, passamos a ser mais criativos. Quando amamos precisamos estar juntos, criamos rotinas de aproximação, criamos compromissos, eventos, festas, tudo para estar com quem amamos. Amar também é lotar a agenda do coração.
            Mas e quando esse amor é imoral, impossível, quando esse amor padece em desencontros e morre de expectativa?
            Eles se conheceram por acaso, mas já se gostaram no primeiro toque dos olhos, no primeiro sorriso, na primeira conversa. Ele parecia encantado com ela, logo pensou que aquela era a mulher que gostaria de dividir sua vida. Até descobrir que ela namorava. A tristeza tomou conta de sua vida, pois quando encontrou a mulher de seus sonhos descobriu que ela não sairia de seus sonhos.
            Mas ele sabia que ela havia correspondido ao seu olhar, e isso era sinal de que poderiam quem sabe no futuro viver aquela sensação do primeiro encontro. Mesmo consolado pelos planos futuros sentia-se furioso consigo mesmo, chegava a odiar as lembranças daquele dia, era agressivo com seus pensamentos, ficava aflito cada vez que a encontrava. A esperança de tê-la consigo era cada vez menor.
            Então precisava esquecê-la, precisava fazer alguma coisa para superar aquele estado de tensão que vivia. Numa noite ao sair com amigos, reencontrou uma colega da faculdade e entre conversas acabaram se reaproximando de uma maneira incrível, em pouco tempo, já estavam juntos.
            Ele estava amando, parecia ter esquecido ela, até descobrir que quem estava solteira agora era ela. Havia terminado o namoro. Quando descobriu isso, aquela aflição voltou, aquele desejo de revê-la, de estar com ela voltou.
            Mas quando se encontraram de novo percebeu que ela havia mudado, percebeu que não era mais sorridente, que evitava estar próxima dele e que não tinha mais aquele brilho no olhar. Eram os mesmos sintomas que ele sentiu quando ela estava namorando.
            Naquele momento ele teve certeza que ela também o amava, que ela estava sofrendo por ele, assim como ele sofreu por ela.
No mesmo momento em que descobriu o amor dela, pensou na namorada, aquela que o salvou do abismo, que o acompanhava em todos os momentos, aquela com a qual fazia planos de vida.
            E percebeu-se numa situação sem saída, continuar com quem ele estava e fazê-la sofrer tudo o que ele sofreu ou largar tudo e tentar conquistar ela e serem felizes juntos?
            Pensou muito, sofreu em silêncio, mas resolveu continuar, não podia abandonar quem o salvou, não podia abandonar quem estava sempre ao seu lado, não podia retornar ao passado.
            A vida seguiu e eles seguem se encontrando por aí, são apenas cumprimentos, com sorrisos discretos e sem brilho no olhar, não conversam, se têm assuntos fingem segredo.
            Se amam em silêncio para preservar a beleza do sentimento, se amam em silêncio para não ferir as palavras, se amam em silêncio porque não há como recuperar o passado.
            O silêncio preserva a beleza do sentimento, preserva a certeza que um dia amaram intensamente alguém a ponto de se afastar não ferir o outro.
            Trocam caricias pelos olhos porque abandonaram as palavras, porque evoluíram a ponto de se satisfazer apenas sentido a presença.
            O amor é o silêncio das melhores palavras.



AFETIVIDADE LABIAL

Imagem: Pop Art Brasileira


Bruna Beatris Berghan

            Pequenos gestos costumam chamar minha atenção. Demonstração de afeto em público me comove. Ver o amor no ar me faz renovar a fé na humanidade.
            Naquele dia, a mais ou menos dois anos atrás, saindo da aula na universidade, vi um casal. De início, vi apenas mais um casal. Mas algo me disse para continuar os observando, como se algo fosse acontecer. Algo que me fizesse fitá-los mais atentamente.
            O tempo foi passando e nada. Já era quase hora de eu ir embora. Até que a menina deu tchau para seu namorado. Nesse momento olhei para eles, esquecendo que eles poderiam estar me olhando. Os dois fizeram algo que eu nunca vi antes, uma demonstração de afeto incrível e digna de ser admirada.
            O rapaz pegou a mão da menina e a beijou, um cavalheiro. Algo um tanto normal no cotidiano. Após isso a garota também pegou a mão do menino a beijou. Algo que para mim era incomum. Esse gesto realmente, me deixou comovida.
            Fui para casa pensando naquele momento, pensando o motivo pelo qual os dois faziam aquilo. Será uma daquelas manias de casal? Uma daquelas simpatias ou amuletos, para dizer que o amor é para sempre? Um jeito de mostrar o que sentem um pelo outro?
            Cheguei a uma conclusão. O rapaz fazia aquilo em sinal de respeito, assim como era antigamente. E a menina queria dizer que também o respeitava e beijava a sua mão para dizer aquilo. E isso era feita na mesma mão em que havia uma aliança de compromisso.
            Fiquei refletindo o porque de outros casais não fazerem o mesmo. Podia ser por vergonha de fazer isso em público, por machismo ou, até mesmo, por achar errado.
            Em minha mente ecoava algo que me fazia rir sozinha. Que quando tivesse um namorado, eu beijaria sua mão, em sinal de respeito e, principalmente, para mostrar que o meu amor é puro e verdadeiro.
            O gesto de afeto e de amor que presenciei me fez ver que não é só o beijo na boca um sinal de amor. E sim todos os gestos que são feitos com o coração.
            Para concluir, posso dizer que realizo esse sonho com meu namorado. Pratico desse amor verdadeiro, esse sentimento forte chamado amor. Realizo demonstrações que eu o amo, e faço isso para amar e me sentir amada.
Sou feliz por amar e o mais importante ainda, por saber amar.


terça-feira, 12 de maio de 2015

O MELHOR AMOR DO MUNDO

Vito Campanella


Bruna Beatris Berghan

            Ela é a mulher mais linda do mundo, é a pessoa que ama com mais intensidade e paixão. Ela tem o sorriso mais belo e quando chora é de verdade. Essas lágrimas podem ser de alegria, tristeza, saudade ou até ansiedade.
            Esse ser tem o dom de nos fazer bem, cuidar da gente como se fossemos quebrar. É nosso porto seguro. Ela merece nosso amor, nosso cuidado e atenção, pois dedica sua vida para nos fazer bem.
            Mas, quem é essa pessoa tão maravilhosa, tão perfeita e vê em nós alguém sem defeitos e erros. Ela é a nossa mãe, que merece homenagens todos os dias, todas as horas e todos os minutos, ou seja, todo o tempo.
            Mãe, seja ela vó, tia, madrinha ou sogra, sempre será mãe. Seja de coração ou de sangue. Nos ama incondicionalmente. E nós a amamos com todas as nossas forças.
            Tem gente que tem mãe madrasta, mãe que é pai (pãe), duas mães, pai que é mãe. Todas elas merecem respeito e admiração todos os dias.
            O presente mais importante para ela é o amor, é a nossa felicidade, é o nosso bem estar, é o nosso sorriso. O presente somos nós. E não unicamente nesse dia, e sim, presente todos os dias. Seja por ligação ou pessoalmente, nossa mãe deve ser sempre lembrada que nós a amamos muito.
            Desde o nascimento já a fizemos rir e chorar. Ela chorou de alegria quando nascemos, chorou quando tomamos as vacinas, sorriu quando rimos, quando falamos pela primeira vez e demos nossos primeiros passos, chorou no primeiro dia de aula, sorriu quando contamos que fizemos amigos.
            O orgulho que ela sente por nós é gigante. Orgulho pela prova que tiramos nota boa, pelo crescimento, pela formatura.
            Nos ajuda quando temos dúvida na escola, e se esforça para que possamos aprender. Chegando até a fazer músicas que nos ajudem a lembrar da matéria para a prova.
            Ah, como é bom esse amor de mãe. Um amor tão grande que também quero ser mãe. Fazer de minha mãe uma vovó, uma mãe em dobro.
            Tenho tantas mães. Mãe que é mãe, mãe vó, mãe tia, mãe madrinha, e mãe sogra. Todas elas tem minha admiração, meu respeito e, com certeza, meu carinho.
            Quem dera que por um descuido, Deus te fizesse eterna.

            Um Feliz Dia das Mães para todas as mães. Um Feliz Dia das Mães para as minhas mães. E um Feliz Dia das Mães para minha mãe Silvia Berghan.

O PRAZER DA DEFENESTRAÇÃO

Leslie Hurry


Antonio Silva

Aquele prédio exuberante e imponente era um motel. Aliás, todos os motéis parecem imponentes mesmo quando não são tão exuberantes. Mas aquele era especial, era bonito, diferente, as janelas escuras davam um ar sombrio. Despertava a imaginação do que acontecia lá dentro.
Ele nunca havia ido há um motel, por dois motivos, falta de dinheiro, e principalmente falta do que fazer lá. Talvez, por isso, a excitante ideia de saber os mistérios do lado de dentro.
Será que era como nos filmes? Cama redonda e outras coisas mais? Um dia ele descobriria. Mas, o que me motiva a contar essa história foi o dia em que o motel atiçou sua curiosidade.
Certo dia, ele passava em frente ao motel e uma das janelas escuras estava aberta, o que será que tinha acontecido ali? Logo comentou com um amigo que alguém deveria ter defenestrado naquele quarto, o amigo  - Defe...o que? - Defenestrado, ué vai saber, de repente o cara trouxe sua amante ali, fizeram o quer tina que ser feito, mas sem saber a mulher o seguiu e para sobreviver alguém teve que defenestrar.
Ou quem sabe a mulher chegou e pegou os dois juntos no quarto e fez uma defenestração dupla? Mas, eu também ouvi dizer que pode ter defenestrado ali mesmo foi para fugir, disseram que ele se defenestrou jogando uma corda feita de lençóis e fugiu sem roupa mesmo.
Não importa o que defenestrou, mas de fato algo deve ter sido defenestrado ali para aquela janela estar aberta. Enquanto a imprensa não noticiar a defenestração, não sabe o que, o porquê e como ela aconteceu. Pode ter sido uma defenestração individual ou coletiva, masculina ou feminina.
Mas, se estabelece um problema se o defenestrado resolver contar o que aconteceu enquanto a janela estava fechada, imagina se ele posta nas redes sociais, pobre dos defenestradores nunca mais poderão defenestrar em paz, imagina que tortura.
                Pobres dos defenestradores nem no motel eles têm privacidade, mas também para que eles querem privacidade? Tem defenestradores que defenestram em quase todos os lugares, em casa, no trabalho, no carro, no ônibus, na casa dos amigos. Só não fazem na rua porque não há possibilidade.
                Concluo então que defenestrar é um vicio, vai saber  se eu não estou defenestrando nesse exato momento? Se bem que não sou um adepto a defenestração. Mas, isso é quase um ato compulsório, quem não fez ainda vai fazer, quem já fez vai fazer de novo. Todos teremos uma experiência defenestrativa na vida mesmo que seja com nós mesmos.
                Então isso quer dizer que todos cometeremos o pecado da defenestração, todos sem nenhuma exceção, classe social, crença, princípios, defenestraremos um dia? Sim! A resposta é sim, já nascemos destinados há algum momento da vida defenestrar, e você pode até dizer que não, mas você vai defenestrar sim!
                Mas, afinal que diabos é essa tal palavra defenestrar? Vamos ao significado Defenestrar significa o ato de atirar algo ou alguém pela janela. É só isso, apenas isso, e nada mais que isso.
                E você ai pensando besteira né?