quarta-feira, 26 de julho de 2017

MESSI: UMA VITÓRIA DE TODOS

Imagem: Google/Divulgação

         Imagine a seguinte situação: Um garoto de 12 anos, longe de seu país, longe de sua mãe e irmãos, se isso não bastasse tudo isso, esse garoto que adora futebol tem problemas de crescimento. Essa é a história de Lionel Messi, contada pelo jornalista e escritor Luca Caioli no livro chamado: Messi o garoto que virou lenda, livro de 212 páginas dividido em capítulos, que proporciona uma leitura agradável e cheia de surpresas sobre a vida de um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos.
            A história de Messi começa quando muito antes do seu nascimento, Messi é fruto da imigração, seus antepassados saíram da Itália, em busca de novas oportunidades no Novo Mundo. “Messi é um sobrenome que vem de Recanati, na província de Macerata, cidade da região italiana de Marcas.
            Sobre Messi, nasceu em Rosário na Argentina em 30 de junho de 1987, parecia ser apenas mais um simples membro da família composta por Célia, Jorge e os outros dois filhos Matías e Rodrigo, anos mais tarde chegará Maria a irmã caçula.
            Messi sempre demostrou ser como um garoto qualquer, sempre gostou de futebol, torcedor do Newell´s Old Boys, chamados de “leprosos”. Junto com sua avó acompanhava seu irmão Rodrigo aos treinos de futebol, até um dia faltando um no time o treinador pediu para colocar Messi, mesmo sendo o menor dos jogadores em campo, ele dominou a partida, tanto que nunca mais saiu do time.
            Assim nasceram muitas histórias a respeito das proezas do pequeno Messi, como quando “um treinador prometeu um alfajor por gol marcado, ele conseguiu devorar oito numa partida só.”
            Com histórias como essa começava a nascer um estrela no céu de Rosário, uma estrela que não brilhou nos grandes Boca Juniors e River Plate, mas que logo alço voos maiores que o levaram para a Espanha. Mas, ainda na Argentina jogou na base do Newell´s, e ali já se apresentavam características que anos depois fariam dele o maior do mundo segundo “Adrián Coria ex-treinador das categorias de base do Newell´s  “As faltas o deixavam com mais vontade, quanto mais iam atrás ele, mais os encarava.”
            Mas, nem tudo na vida de Messi são alegrias, a viagem para a Espanha com 12 anos, ficar longe da mãe e dos irmãos, encarar a desconfiança inicial de alguns dirigentes do Barcelona, tudo isso sempre encantando nos gramados. Messi e a bola tinham uma cumplicidade, o garoto miúdo, tímido se transformava num gigante com a bola nos pés. Mas, seu sonho era jogar futebol, e estava disposto a enfrentar tudo, desde a saudade da família até as injeções todas as noites para crescer.
Outra característica exaltada em muitos momentos do livro foi a humildade de Messi, apesar da fama, dinheiro, publicidade nunca deixou de ser o mesmo menino de Rosário, são muitos os trechos onde isso fica evidente: “Ele tem consciência de quem é. Por isso, ser famoso, dar autógrafos ou tirar fotos com fãs não o incomoda.” Talvez trate as pessoas como gostaria de ser tratado, ou simplesmente, não deixou de ser humano com tudo o que ganhou seja em Barcelona ou em Rosário Messi é diferenciado com todos: Há alguns meses, em Rosário, uma criança o para no sinal. Quer uma foto. O normal seria que Leo abaixasse a janela e que a criança fizesse a foto com o celular. Mas não é assim. Leo estaciona o carro, desce e tira a foto.
Messi é sempre o mesmo dentro e fora de campo e apesar das jogadas, dribles e gols nada para ele é mais importante que a vitória e os títulos coletivos: “O importante não são meus gols, mas a equipe.” Mas, as dificuldades tendem a aparecer, desde a dificuldade de regularização para jogar na Liga, até as suscetivas lesões que deram a ele o apelido de “A estrela de vidro” Mas, nada o abalaria o futebol era o antídoto e estava cercado de estrelas como Ronaldinho Gaúcho, que foi fundamental na sua adaptação e ambientação com os profissionais. O gol contra o Getafe “palgiando” Maradona trás a tona a discussão histórica na Argentina: “Messi é o novo Maradona” pesava a ele a comparação.
O sucesso no Barcelona os títulos, os recordes não se repetiam na seleção, apesar dos títulos na base e nas olímpiadas sempre pediam mais, queriam o Messi brilhante, decisivo, genial. No auge da impaciência foi chamado de “Messi espanhol” pelos Argentinos. Maradona saiu em defesa: “Quem disser que ele não tem sente amor pela camiseta é um estúpido.”
Para Guardiola Messi: “Transformou em habitual o extraordinário.” E isso talvez explique os recordes individuais, as Bolas de Ouro, as conquistas com o Barcelona. Mas, Messi deve muito disso ao pai que cuidou de sua carreira e o deixou apenas jogar futebol, se divertir, ser criança.

O livro conta a história de um craque, um gênio, um dos maiores de todos os tempos. Um cara humilde, tímido, que tem na bola sua melhor companhia. Mas, também conta as dores, as dúvidas, as mágoas, os fracassos com a Argentina. Messi é a mistura disso tudo, um cara família, mas ao mesmo tempo cidadão do mundo. São essas contradições que fazem de Messi um gênio.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

SANT´ANA O VERDADEIRO IMORTAL

Foto: Diário do Centro do Mundo/ Divulgação

Sant'Ana era o mito antes da palavra mito ganhar esse significado. 
Sant'Ana era a irreverência em pessoa, autêntico, polêmico, humano. 
Sant'Ana era um homem de mil faces, advogado, inspetor de polícia, vereador, Gremista com G maiúsculo.
 Da crônica nossa de cada dia. 
Sant'Ana não era fanático, ele inventou o fanatismo. 
Enquanto todos vestiam a camisa da neutralidade,
Sant'Ana vestia duas camisas do Grêmio. 
Sant'Ana era diferente, criativo, original.
Estava sempre à frente do seu tempo. Sempre lançou tendência, seja na escrita ou na flauta inesquecível, quando se vestiu de baiana no Jornal do Almoço. 
Sant'Ana também era o homem dos comentários certeiros, ríspidos, duros. Parecia um dicionário ambulante, uma enciclopédia humana. ´
Sant'Ana gostava de inverter as lógicas, fazia-nos ler o jornal de trás pra frente,
Para Sant'Ana que tinha no cigarro o antídoto para o câncer e os derrames,
Sant'Ana era a alma de Porto Alegre, era as palavras da cidade,
Sant'Ana das palavras fortes, do carinho, da defesa incansável do Grêmio, jamais alguém defendeu ou defenderá um clube assim. 
Sant'Ana merecia uma estátua na Arena, um espaço no museu, uma galeria com seu nome. 
Sant'Ana não morreu, afinal ele é imortal, imortal nas palavras nas páginas da Zero Hora, nos comentários da Rádio Gaúcha, nas flautas e nas indignações com o Grêmio. 
Sant'Ana é um imortal por ser diferente, vibrante, por ter amado acima de tudo, Sant'Ana era o diferente e os diferentes nunca morrem. 
Quis o destino que Sant'Ana falecesse na noite de uma vitória do Grêmio, uma vitória com a irreverência do Grêmio de Renato que também é o Grêmio de Sant'Ana. 

Parte para o céu de camisa do Grêmio e cigarro na mão. Duas coisas jamais se apagaram seu amor pelo Grêmio e seu cigarro. 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

NÔMADE




Volto a minha terra,
Mas não reencontro meu passos,
Nem minha paz.
As páginas do tempo,
Secaram as lágrimas e os caminhos. 
Me sinto numa terra estranha,
Perdi a raiz. 
Não floresço mais,
Esqueci de regar as lembranças,
Fotografias não tem sentimentos. 
Me tornei cidadão do mundo,
Mas não tenho um mundo pra andar. 
Sou folha seca em meio ao vendaval. 
Esperando a pena de alguém,
Que se interesse por mim. 

domingo, 16 de julho de 2017

ARANHA: NÃO FAÇA DO PRECONCEITO SEU ESCUDO

Foto: Globoesporte.com/Divulgação

Após a derrota de 3 a 1 da Ponte Preta para o Grêmio na Arena, o goleiro Aranha, aquele mesmo que sofreu com um caso de racismo em 2013, soltou a seguinte declaração: “É sempre assim no Sul: Vejo ódio na cara das pessoas.”
            É inegável que o Aranha sofreu racismo, é inegável que o Grêmio foi punido e pagou uma conta até pesada demais, mas, será que esse goleiro vai viver sempre a sombra desse episódio? Será que cada vez que ele vier a Arena ou enfrentar o Grêmio ele vai lembrar esse episódio?
            Será que ele não cansa de acusar o povo gaúcho e a torcida do Grêmio de racistas? Será que ele conhece a história desse povo e desse clube? Será que ele ainda não percebeu que ele não passa de um goleiro medíocre e que não vai ganhar projeção alguma com esse vitimismo?
            O mesmo Aranha que se diz vítima de racismo é, aquele que recentemente mostrou-se claramente homofóbico, ao declarar que achava que os repórteres gostavam de ver homens pelados no vestiário e, se gostarem qual é o problema?
            Aranha se faz de vítima para ganhar mídia, se faz de vítima para aparecer, finge sofrer a dor do passado para se manchete. Faz isso, pois sabe que dentro de campo não passa de um goleiro médio, fraco, medíocre. Aranha faz marketing de tragédia melhor do joga futebol.
            Ao invés de usar seu exemplo para lutar contra o fim do preconceito dentro futebol, faz exatamente o contrário, se vitimiza, se encolhe, se aceita como fraco, como incapaz, quando podia ser a voz ativa de um movimento que lutaria pelo fim dos preconceitos.
            Aranha não chame o Grêmio e o povo do sul de racista, os erros do passado e mesmo do presente não devem virar rótulos. Deixe de ser vítima, deixe de ser coadjuvante e passe a ser ator principal dessa história.
            Mas, para isso acontecer terá primeiro que lidar com seus próprios preconceitos.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

TRABALHANDO PELOS SONHOS

Foto: Antonio Silva/Arquivo Pessoal

Recentemente recebi o livro “Fábrica de Sonhos” do meu querido amigo, o jornalista, cronista, radialista, escritor e coach, Fabiano Brasil. Fábrica de Sonhos, como o próprio nome diz, fala sobre a projeção de nossos sonhos e o que fazemos para realizá-los.

            Livro de leitura prática, rápida e prazerosa, Fábrica de Sonhos, parece-se muito com seu autor, pois Fabiano sempre busca colocar prazer e amor em tudo o que faz. Mas, falando sobre o livro ele começa com as histórias do autor, Fabiano conta diversas situações que viveu ao longo da vida, as descobertas, os sonhos as emoções que viveu. Emoções como a de conhecer Sérgio Zambiasi, ou de ganhar um troféu e presentear seu pai, ou de ganhar um rádio AM/FM de presente. Tudo isso o fazia, como diz no livro “estar próximo do seu sonho.”

            O livro também tem um espaço dedicado aos imprevistos, afinal, todos nós sofremos com isso. Nessa parte, Fabiano conta algumas dificuldades que viveu, mas, também conta como fez para superar as mesmas, como da vez que te que vender seu próprio jornal para poder voltar para casa.

            Assim segue o livro de leitura agradável, alegre e reflexiva. Um livro que proporciona um exercício individual de pensamento: “O que estamos fazendo pelos nossos sonhos”. Pergunta difícil, por vezes até perturbadora, mas, necessária na incerteza da vida.

            Ainda há espaços específicos de Coaching, como “Novos hábitos em 21 dias” possibilitando uma reprogramação de nossas atividades facilitando assim alcançar nossos objetivos. E também o “Diário de Bordo” no qual Fabiano ensina que este diário é “um compromisso meu, comigo mesmo” que auxilia na disciplina, realização e concretização dos sonhos.

            Também foi reservado um espaço para suas crônicas, muitas delas partilhadas com seus leitores no Facebook. Nelas é possível perceber a sensibilidade do Fabiano ao escrever, dar toques sutis que fazem toda a diferença, provocar reflexão e também alegrar o dia de quem se propõe a ler.

            O livro é finalizado com “O Meu Sonho” espaço dedicado aos agradecimentos, além disso tem uma galeria de fotos chamada “Galeria de Sonhos” mostrando vários momentos da vida e da carreira do autor.

            Como disse no início, o livro é leve, prazeroso de ser lido e reflexivo, faz com que pensemos na nossa “Fábrica de Sonhos” e o que estamos fazendo por ela, por isso, resolvi compartilhar parte da minha:
Foto: Antonio Silva/Arquivo Pessoal

            Quem me conhece sabe que sou estudante de jornalismo, muito devido ao amor pelo rádio, e foi no rádio que ouvi certa vez um cara chamado “Fabiano Brasil” repórter esportivo da Rádio Guaíba. Quando ouvia, ficava imaginando como ele era, como era trabalhar com o jornalismo, conhecer jogadores, estar na beira do gramado.

            Alguns anos depois, quando já era estudante de jornalismo da Universidade Feevale, encontrei o Fabiano Brasil no Facebook, convidei e logo fui aceito. Tempos depois junto com meus amigos, Bruna e Rafael, criei um programa no Núcleo de Rádio da Feevale, chamado “Bate Bola Feevale” e quando começamos a entrevistar jornalistas o primeiro foi o Fabiano Brasil, que depois virou amigo e comentarista do programa.

            Acredito que essa seja uma pequena parte da minha “Fábrica de Sonhos”. E é essa a grande mensagem do livro: cada conquista, cada degrau é um passo para a satisfação seja ela pessoal ou profissional.

            Nós seremos sempre os principais operários de nossa “Fábrica de Sonhos.”