Foto: Diário do Centro do Mundo/ Divulgação
Sant'Ana era o mito
antes da palavra mito ganhar esse significado.
Sant'Ana era a irreverência em
pessoa, autêntico, polêmico, humano.
Sant'Ana era um homem de mil faces,
advogado, inspetor de polícia, vereador, Gremista com G maiúsculo.
Da crônica nossa de cada dia.
Sant'Ana não era fanático, ele
inventou o fanatismo.
Enquanto todos vestiam a camisa da
neutralidade,
Sant'Ana vestia duas camisas do
Grêmio.
Sant'Ana era diferente, criativo,
original.
Estava sempre à frente do seu tempo.
Sempre lançou tendência, seja na escrita ou na flauta inesquecível, quando se
vestiu de baiana no Jornal do Almoço.
Sant'Ana também era o homem dos comentários
certeiros, ríspidos, duros. Parecia um dicionário ambulante, uma enciclopédia
humana. ´
Sant'Ana gostava de inverter as
lógicas, fazia-nos ler o jornal de trás pra frente,
Para Sant'Ana que tinha no cigarro o antídoto
para o câncer e os derrames,
Sant'Ana era a alma de Porto Alegre,
era as palavras da cidade,
Sant'Ana das palavras fortes, do
carinho, da defesa incansável do Grêmio, jamais alguém defendeu ou defenderá um
clube assim.
Sant'Ana merecia uma estátua na Arena,
um espaço no museu, uma galeria com seu nome.
Sant'Ana não morreu, afinal ele é
imortal, imortal nas palavras nas páginas da Zero Hora, nos comentários da
Rádio Gaúcha, nas flautas e nas indignações com o Grêmio.
Sant'Ana é um imortal por ser diferente,
vibrante, por ter amado acima de tudo, Sant'Ana era o diferente e os diferentes
nunca morrem.
Quis o destino que Sant'Ana falecesse
na noite de uma vitória do Grêmio, uma vitória com a irreverência do Grêmio de
Renato que também é o Grêmio de Sant'Ana.
Parte para o céu de camisa do Grêmio
e cigarro na mão. Duas coisas jamais se apagaram seu amor pelo Grêmio e seu
cigarro.
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