quinta-feira, 20 de julho de 2017

SANT´ANA O VERDADEIRO IMORTAL

Foto: Diário do Centro do Mundo/ Divulgação

Sant'Ana era o mito antes da palavra mito ganhar esse significado. 
Sant'Ana era a irreverência em pessoa, autêntico, polêmico, humano. 
Sant'Ana era um homem de mil faces, advogado, inspetor de polícia, vereador, Gremista com G maiúsculo.
 Da crônica nossa de cada dia. 
Sant'Ana não era fanático, ele inventou o fanatismo. 
Enquanto todos vestiam a camisa da neutralidade,
Sant'Ana vestia duas camisas do Grêmio. 
Sant'Ana era diferente, criativo, original.
Estava sempre à frente do seu tempo. Sempre lançou tendência, seja na escrita ou na flauta inesquecível, quando se vestiu de baiana no Jornal do Almoço. 
Sant'Ana também era o homem dos comentários certeiros, ríspidos, duros. Parecia um dicionário ambulante, uma enciclopédia humana. ´
Sant'Ana gostava de inverter as lógicas, fazia-nos ler o jornal de trás pra frente,
Para Sant'Ana que tinha no cigarro o antídoto para o câncer e os derrames,
Sant'Ana era a alma de Porto Alegre, era as palavras da cidade,
Sant'Ana das palavras fortes, do carinho, da defesa incansável do Grêmio, jamais alguém defendeu ou defenderá um clube assim. 
Sant'Ana merecia uma estátua na Arena, um espaço no museu, uma galeria com seu nome. 
Sant'Ana não morreu, afinal ele é imortal, imortal nas palavras nas páginas da Zero Hora, nos comentários da Rádio Gaúcha, nas flautas e nas indignações com o Grêmio. 
Sant'Ana é um imortal por ser diferente, vibrante, por ter amado acima de tudo, Sant'Ana era o diferente e os diferentes nunca morrem. 
Quis o destino que Sant'Ana falecesse na noite de uma vitória do Grêmio, uma vitória com a irreverência do Grêmio de Renato que também é o Grêmio de Sant'Ana. 

Parte para o céu de camisa do Grêmio e cigarro na mão. Duas coisas jamais se apagaram seu amor pelo Grêmio e seu cigarro. 

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