quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MAIS UM GRENAL EM NOSSAS VIDAS



Antonio Silva

            Estamos muito próximos de mais um Grenal, e um Grenal diferente não apenas por ser o primeiro com a tal de torcida mista. Que a meu ver não tem efeito nenhum em nível de civilização do clássico.
Pois bem, como diz o ditado, clássico arruma a casa, e nesse caso os dois precisam se arrumar já que o futebol mostrado até o momento não agrada nem gregos e nem troianos, ou melhor, gremistas e colorados.
Esse Grenal é diferente, já que, não apresenta nenhum favorito. Não dá para dizer se Grêmio ou Inter são favoritos, as inconstantes atuações de ambos nos credenciam a ver um futebol sofrível, chego a arriscar que esse clássico 404 será um legitimo jogo de xadrez vai, pois vai vencer quem errar menos.
Mas, ai você lê e pensa “O Inter de D´alessandro, Anderson, Aranguíz, Nilmar” é mais que favorito e deve devolver a goleada sofrida o último clássico. Errado! Apesar de ter bons nomes o time do Internacional é mal treinado. Aguirre parece que ainda não entendeu o tamanho do Internacional e a responsabilidade de treina-lo e obviamente está perdido tentando achar uma formula mágica para acomodar todos no time.
Já o Grêmio, Ah o Grêmio é a maior incógnita dos últimos vinte anos, mas uma incógnita advinda da lucidez de um presidente sensato que está tentando colocar ordem na casa. Esse novo Grêmio que se apresenta tem muitas dificuldades sim, tem problemas enormes, mas tem Felipão e uns bons valores individuais, abram o olho com relação a Pedro Rocha, Júnior, e Araújo.
A diferença entre os dois times é abismal, mas times bem montados costumam superar estrelas perdidas em campo. Lembram-se da final do Gauchão 2006, o fraco e modesto time do Grêmio comandado pelo então técnico Mano Menezes deu uma aula tática no Internacional e sagrou-se campeão.
Era nesse ponto que eu queria chegar, do Inter podemos esperar tudo, é quase obrigação dos vermelhos vencer esse clássico e apagar a vergonha do último.
Já do Grêmio não sabemos o que esperar, e isso abre um leque espetacular de possibilidades, pois as inconstâncias podem ser positivas, não há o que esperar então qualquer amostra pode ser positiva. Não há o que exigir dos meninos, então eles podem entrar e resolver. Nesse clássico a pressão será toda colorada.
E diante desse quadro Felipão ao contrário de Aguirre sabe o que tem nas mãos, já fez vários testes e mudanças. Já o técnico colorado ainda não encontrou uma forma de fazer seu time jogar, apresentou inúmeras falhas coletivas e erros individuais que comprometeram as atuações de 2015. É nesse ponto que o Grêmio de Felipão pode sair vitorioso. Felipão é infinitamente superior a Aguirre taticamente falando.

Ah, só para finalizar torcida mista é balela para promover a federação gaúcha e passar mais uma vez a ideia de o povo gaúcho é mais civilizado do que o resto do país. 


Crônica de n° 51

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

"Pedras nas ruas,pedras nas casas, pedras no caminho. Vivia-se em  uma cidade de pedra. Mas o que agradava aquela família, era, no final de um dia, comer uma sopa de pedra deliciosa."

Bruna Beatris Berghan

Imagem: Google


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"Muita Gente andando, correndo, e ninguém parava para admirar a bela flor que nasceu na calçada."

Bruna Beatris Berghan

Imagem: Google

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CARNAVAL

De Esteves

Antonio Silva


Trabalho em dia de carnaval,
É ignorar a quarta-feira de cinza.
É antecipar finados,
Quando se trabalha no carnaval,
Você ouve as festas das paredes,
conta as melodias das escadas.
Parece que todos esqueceram do trabalho,
tamanha é a solidão do recinto.
Parece que foi só você que,
Sacrificou a festa em prol da labuta.
Carnaval no Brasil é quase feriado santo.
Trabalhar nesse dia é pecado mortal.
"O vendedor vendia livros usados, vendia histórias seguradas por mãos com mais histórias. Virava uma longa história."

Bruna Beatris Berghan

Imagem: Google

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

VIDA DE REDE SOCIAL

Picasso
Antonio Silva

            Vendo o que vejo, considero as redes sociais uma espécie de libertadora de desejos oprimidos. É nelas que tudo acontece que as pessoas se transformam e conseguem atingir o auge de sua felicidade.
            Se conseguíssemos trazer a “vida da rede social” para a nossa realidade alcançaríamos, o ápice do desenvolvimento humano, teríamos a felicidade plena, a satisfação total, ou seja, seríamos pessoas altamente realizadas.
            As próprias redes sociais comprovam, o que digo, pois na vida das redes, não há tristeza, todo mundo é feliz tirando selfies, com sorrisos exuberantes acompanhadas de legendas, nas quais as palavras transbordam de alegria. Às vezes é mais importante estar no restaurante famoso do saber o gosto da própria comida.
             O incrível é que os habitantes das redes sociais, conseguiram criar digitalmente uma sociedade com valores éticos e morais, pois nelas todos são ativistas políticos, todos tem opinião sobre tudo.
            Nas redes sociais conseguimos atingir o mais alto índices de pessoas politizadas, pois todos tem opinião, todos debatem, todos compartilham de uma ideologia. São corretos e contra a corrupção. Um candidato de rede social, sério, integro, honesto não seria a solução do Brasil?
            Sem falar nas selfies, como é feliz a vida virtual, todo mundo sorrindo e mostrando uma beleza superficial. O tamanho da bunda e dos peitos é mais importante que as palavras que saem da boca, os filtros das fotos não existem na vida real e como a realidade é cruel com algumas pessoas.
            Não podemos esquecer como as redes produzem pessoas preocupadas, basta surgir uma causa que todos se mobilizam. Um exemplo são as nossas queridas instituições religiosas que “torturam” seus fieis na base do “Se você crê, compartilhe.” Nossos políticos também estão nas redes defendendo suas ideias e combatendo os inimigos.
            As redes sociais redefiniram o conceito de privacidade. Hoje se mostrar é viver, postar tudo para todos é quase que obrigação, rede social virou prestação de contas da vida, rede social é quase um purgatório virtual.
            É fato que a internet e suas redes redefiniram a maneira dos seres humanos se comunicarem, mas também modificou seus hábitos e a maneira de agir, pensar, enxergar o mundo a sua volta.
            Pena que tudo isso acaba quando desligam o Wi-Fi.

PUBLICADO NO JORNAL
FOLHA DE NOVA HARTZ
SEMANAL EDIÇÃO N°364
SEXTA-FEIRA 13 DE FEVEREIRO DE 2014

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

APENAS OBSERVANDO

Antonio Silva

            O ano vai ser agitado, já em tão pouco tempo estamos diante de transformações no futebol brasileiro. As crises chegaram, a ilha da fantasia do futebol acabou, azar daquele que não perceber isso. A realidade de baixos investimentos é a rotina em diversos clubes, hoje já não se gasta em apostas e sim em contratações pontuais.
O Gauchão É um dos mais equilibrados dos últimos tempos, e parece que seguirá assim até o fim. As equipes do interior investiram pesado e já deram dor de cabeça a Grêmio e Inter.
            A arbitragem está mais enérgica nesse Gauchão, já temos pelo menos uma expulsão por rodada. É uma orientação da comissão de arbitragem para impor respeito e parece que está funcionado.
            O Grêmio: Parece que finalmente uma direção se deu conta que o clube precisa parar de sonhar e agir com clareza. A readequação financeira é o primeiro passo. Já deixaram o clube mais que um time inteiro, já foram 12 e chegaram apenas 5, e contratações sem expressão. As últimas saídas foram Barcos e Moreno que foram para a China. Para a direção gremista apenas um recado: Dinheiro nenhum paga a própria dignidade. Acordem!
 O Internacional: Parece que está indo na contramão da crise do futebol brasileiro, e anunciou uma verdadeira de seleção de bons nomes, mas são nomes que precisarão provar o investimento, Nilton nunca foi unanimidade no Cruzeiro, chegou a ser reserva, porém terminou o ano bem. Léo é um jovem que ainda mostrou pouco, mas pelo menos não é caro. Rever era reserva do Atlético Mineiro, Vitinho deve ser avaliado apenas pelos três meses de Botafogo e Anderson que seu histórico fale por ele.
China: A China é a nova Disney dos “craques” brasileiro. O que é louvado por alguns, apenas mostra a decadência do futebol brasileiro. Não produzimos mais craques, e o nível está tão baixo que os medianos se transformaram em craques e a China leva. Mas, se realmente fossem bons o destino seria a Europa.
            Gre-nal de torcidas mistas é balela, falta de pulso forte e decisão. Bandido que é bandido age em qualquer lugar, o que precisa é punição e principalmente que elas sejam cumpridas.

            Mais dinheiro e menos bola é o que constatei lendo uma matéria sobre os salários dos jogadores. Em 1995, Romário ganhava o maior salário do Brasil no Flamengo, incríveis R$ 62,5 mil/mês, sendo que um ano antes ele foi eleito o melhor do mundo. Hoje jogadores como Pato, Fred, Hernane Brocador  e outros ganham na base de R$ 800 mil/mês, ou seja, daria para pagar doze Romários. Mas se juntar todos esses aí nenhum servem nem para limpar o barro da chuteira do baixinho.

Crônica n° 50

domingo, 8 de fevereiro de 2015

O CAVALO COSTELINHA

Franz Mark


Antonio Silva

                Para ser sincero não sei se ele tem nome, é bem provável que não tenha, mas carinhosamente o apelidei de Costelinha.
                Costelinha, é um cavalo, que diariamente puxa uma carrocinha lotada de material reciclável. Dei a ele esse nome devido a sua magreza extrema, parece ser um esqueleto puxando uma carroça, sem exagero dá para contar suas costelas.
                Às vezes fico a observa-lo em silêncio, a sua imagem esconde minhas palavras. As viseiras impedem que ele me devolva o olhar, que ele compartilhe sua tristeza comigo. Costelinha parece viver em círculos, dia após dia, faz o mesmo trajeto. Suas tristezas já marcaram o caminho. Mas, o relho em seu pelo ralo e sofrido serve apenas para relembrar suas tristezas.
                Assisto essa cena imóvel, sem saber o que fazer, o que pensar, nem se quer posso falar algo. Quem o conduz já perdeu tudo na vida, não digo isso por ele ser apenas um coletor daquilo que para nós é apenas lixo, mas afirmo isso quando vejo ele tratar outro ser vivo como ele desta maneira.
Talvez cego pela desilusão da vida, ele nem perceba que aquele cavalo é muito mais que um simples puxador de carroça, mas sim um membro de sua família, um membro que trabalha sem reclamar abaixo de sol e chuva sem receber o mais simples gesto de agradecimento.
O egoísmo gera mediocridade. Essa é a palavra para definir o homem dono da carroça, um medíocre que mesmo que tivesse todo o dinheiro do mundo continuaria sendo pobre de alma. A cada pancada ou xingamento que dirige à Costelinha, o empurra mais um pouquinho para o corredor da morte. Pobre cavalo, pobre Costelinha, a cada trote mais perto do fim.
Lembro que uma vez olhei em seus olhos e senti vergonha de mim, as viseiras eram seu porta lágrimas, os olhos molhados eram um pedido de socorro. Enquanto eu observava também me olhava, me vi dentro dos olhos dele, em suas tristezas em suas dores. Costelinha é um cavalo sem brilho, sua magreza machuca a pele, suas costelas parecem querer rasgar a pele para fugir cansadas de levar pancadas.
Não sei por quanto tempo Costelinha ainda vai resistir, apenas a grama verde, sem nenhum tipo de proteína não o sustentará por muito tempo. Talvez para ele o fim seja o alívio das pancadas, o alivio do cansaço. Com certeza se existir um céu para cavalos ele irá para lá, será livre, sadio e forte, livre no próprio pensamento.
Costelinha não é feliz, pois vive preso em seus pensamentos, seu dono não criou diálogo, nem afeto, ignorou a criação do idioma universal entre cavalos e cavaleiros. Seu dono não foi sincero ao esconder seus sentimentos.
Não ensinou Costelinha a lembra-lo que ele deve dar banho, comida, carinho, cuidados e principalmente respeito ao animal que desde o dia que se encontraram pela primeira vez passou a ser membro de sua família.
Costelinha é vitima do abandono afetivo do dono que se esquece de olhar o cavalo. Como eu disse Costelinha é magro, fraco, triste, um cavalo sem brilho, sem ambição. Um cavalo que apenas espera da morte algo melhor que o livre da escravidão equina que vive.
Só um detalhe nessa história o dono de Costelinha é gordo, ou seja, tira seu sustento do cavalo e nem as migalhas divide com ele.


PUBLICADO NO JORNAL
FOLHA DE NOVA HARTZ PAG: 02
SEMANAL EDIÇÃO N° 363
SEXTA-FEIRA 06 de FEVEREIRO 2015

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O ADEUS DO PIRATA


Gonza  Rodríguez
Antonio Silva


                Barcos foi uma daquelas grandes contratações que vieram para solucionar os problemas do ataque gremista. Barcos vinha de um grande ano no Palmeiras, marcou naquele ano 28 gols e se mostrou uma boa solução para os gremistas.
                E como todos sabem, muitos gremistas amam argentinos, principalmente se ele tiver cabelos longos e loiros (o que não é o caso de Barcos), mas o sotaque castelhano e as madeixas longas conquistaram os tricolores.
                Barcos conquistou pontos preciosos com o torcedor pela sua mística de pirata, tapando o olho a cada gol. Mas, no primeiro ano foram poucos gols, foi o último artilheiro entre os atacantes dos times grandes com apenas 13 gols.
                As criticas vieram e Barcos aguentou e prometeu melhorar, e em 2014, melhorou. Com um posicionamento mais parecido com aquele que o consagrou no Palmeiras o pirata superou sua própria marca marcando 29 gols na temporada, sendo um dos artilheiros do brasileirão e fazendo as pazes com a torcida.
                2015 era para ser o ano de Barcos no tricolor, pois daria continuidade ao trabalho com Felipão que o consagrou no Palmeiras, mas o futebol chinês está tirando o pirata do Grêmio.
                Sempre considerei Barcos um bom jogador, sempre defendi o pirata, pois sempre vi nele um jogador que apesar de limitado tecnicamente, sempre foi voluntarioso e um líder em campo. O Grêmio está perdendo sua principal liderança em campo e fora dele, Barcos era a válvula do ataque do Grêmio.
                Barcos vai para o Changchui Yatai, com um salário de R$ 1,4 milhões, mais que o dobro do que ganha em Porto Alegre.
            Em números pelo Grêmio Barcos atuou 113 jogos, 45 gols. Se tornando o maior artilheiro estrangeiro do clube e o maior artilheiro da Arena com 26 gols.
            A efeito financeiro a venda de Barcos é positiva ao Grêmio que irá receber cerca de 8 milhões de reais, mas a efeito de time, toda responsabilidade cai sobre Marcelo Moreno, e a dúvida é qual moreno que o Grêmio tem: O Moreno de 2014 artilheiro do brasileirão ou o Moreno de 2013, instável, insuficiente.... Isso só o tempo dirá!