domingo, 28 de setembro de 2014

ERRAR É HUMANO, MAS PERSISTIR NO ERRO SÓ NO STJD

 Imagem: Site FG

Antonio Silva

            A punição do Grêmio é injusta, foi injusta e será lembrada para sempre como injusta. Há mais de dez anos o clube se tornou pioneiro em ações contra racismo, cada vez que houve o clube sempre puniu e se dispôs a colaborar com a justiça, mas para os “moralistas” do tribunal isso de nada serve.
            A confirmação desta punição apenas abre procedentes para que cada gremista faça sua parte e fiscalize os jogos e aqui deixo alguns detalhes observados pós Aranha:
·         Torcida do Atlético/MG, que fica atrás do gol do adversário, para “intimida-lo” grita palavras de cunho racistas e homofóbicas, repórteres da Rádio Gaúcha já denunciaram essas ações durante o jogo do Grêmio contra o Galo, mas nada aconteceu!
·         Torcedores Corintianos chamaram o zagueiro Gil de macaco de merda em um comentário no Instagram, mas nada aconteceu!
·         Torcedores do Paraná matam um jogador do Avaí atirando um pedaço de paralelepípedo contra o ônibus, quebrando o vidro e atingindo o torcedor, mas nada aconteceu!
·         No último clássico entre Cruzeiro e Atlético/MG, torcedores da Raposa líder do brasileiro abriram fogo matando um atleticano, mas por enquanto nada aconteceu.
Diante de tantos casos é difícil não acreditar em uma teoria da conspiração, pois o caso envolvendo o Grêmio explodiu nas redes, e já estes nem apareceram, o próprio retorno do Aranha a Porto Alegre foi manchetado como hostilidade o simples fato da torcida do Grêmio vaiar  ele.
Mas, apesar da tristeza e insatisfação pela não reversão, quem conhece a história do Grêmio sabe que este clube jamais teve preconceito, se ao ler isso você lembre daquela história de que o clube não aceitava negros, saiba que isso era cultural e naquela época nenhum clube aceitava negros.
Imagem: Site FG
Mas, no quesito torcedores negros, Lupícinio Rodrigues conta em uma carta porque que seu pai começou a torcer para o Grêmio, segue um trecho da história:
“Em 1907, uma turma de mulatinhos, que naquela época já sonhava com a evolução das pessoas de cor, resolveu formar um time de futebol. Entre estes mulatinhos estava o senhor Júlio Silveira, pai do nosso querido Antoninho Onofre da Silveira, o senhor Francisco Rodrigues, meu querido pai, o senhor Otacílio Conceição, pai do nosso amigo Marceli Conceição, o senhor Orlando Ferreira da Silva, o senhor José Gomes e outros. O time foi formado. Deram o nome de Rio-Grandense, e ficou sob a presidência do saudoso Júlio Silveira. Foram grandes os trabalhos para escolher as cores, o fardamento, fazer estatutos e tudo que fosse necessário para um clube se legalizar, pois os mulatinhos sonhavam em participar da Liga, que era, naquele tempo, formada pelo Fuss-Ball, que é o Grêmio de hoje, o Ruy Barbosa, o Internacional e outros.”
Este sonho durou anos, mas no dia em que o Rio-Grandense pediu inscrição na Liga, não foi aceito por que justamente o Internacional, que havia sido criado pelo ‘Zé Povo’, votou contra, e o Rio-Grandense não foi aceito. Isso magoou profundamente os mulatinhos, que resolveram torcer contra o Internacional, e o Grêmio, sendo seu maior rival, foi escolhido para tal. Leia o texto na íntegra aqui mesmo no blog, quero mesmo é dizer com isso é que não importa o peso dessa punição, pois a história do Grêmio é maior do que qualquer tropeço.

Ao Aranha um recadinho: que se perca na própria “teia” de mentiras, que pereça na condição de goleiro médio que sempre foi e saiba que o tempo é justo e não perdoa.

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