terça-feira, 22 de julho de 2014

A MENINA DOS FIOS DE OURO

Imagem: Picasso
Antonio Silva

            Até onde valores como justiça, bondade, honestidade, compreensão, simplicidade, autocontrole, ética, paciência, humilde e modéstia. Podem levar um homem a tomar a atitude que aquele homem tomou.
            Ele era rei de uma província ao sul, pequena na extensão territorial, mas sem duvida não havia outro lugar no mundo onde houvesse tanto diamante. Há cerca de oito meses vivia um período de intensa felicidade e nervosismo, pois sua rainha estava prestes a trazer ao mundo sua primeira princesa.
            Passado o período de comemorações a felicidade na família de era continua, a princesa era um lindo bebê. Os meses vão passando e ela vai crescendo, mas algo chamou a atenção deles à cor dos cabelos da princesa, eram extremamente loiros e brilhosos, achando isso estranho chamam o curandeiro da província para vê-la.
            O velho sábio pegou a menina em seus braços e de seus olhos deixou escapar uma lágrima, o rei perguntou ao velho sábio porque sua filha tinha os cabelos loiros e tão brilhantes, o velho olhou e pediu para cortar um fio, então depois de cortar e analisar o fio o velho disse que aquilo era ouro.
            O rei não acreditou, mas o velho sábio comprovou mostrou a textura do cabelo, o rei então perguntou por que sua filha tinha cabelos de ouro? O velho olhou para o rei e disse de milênios em milênios em algum lugar no mundo nasce uma criança assim, e o senhor foi o presenteado com essa dádiva e devem saber usá-la.
            Quando completou treze anos ela reclamava para a mãe que sentia dores na cabeça devido ao tamanho dos cabelos que arrastavam no chão. Então rei chama o cabeleleiro real para uma conversa, o rei conta a ele sobre a menina e pede para que corte seus cabelos e que mantenha sigilo absoluto.
             Apesar dos fios serem de ouro, eles eram macios e podiam ser cortados com uma tesoura comum, depois de cortados recolhia os fios e entregava ao rei.
            Que os levava para o porão do castelo onde ele mesmo os transformava em barras de ouro. Agora se vive no reino três dias de luto oficial, pois na noite anterior o cabeleleiro real faleceu.
            A tarefa do rei agora, não era das mais fáceis, encontrar outro cabeleleiro. Para isso pediu para que alguns de seus homens de confiança saírem às ruas para saber quem era o melhor cabeleleiro do reino.
            Encontrado o novo cabeleleiro, o rei contou a história da menina dos fios de ouro e disse que havia o escolhido para ser o novo cabelereiro de sua filha.Seguindo suas orientações cortou seus cabelos, recolheu e entregou ao rei. O tempo passa e lá se iam anos que este cortava os cabelos da princesa, o corte era sempre o mesmo, mas de tempos para cá o rei começou a perceber que o cabelo estava diminuindo, o que poderia estar acontecendo?
            Resolveu investigar enquanto ele cortava os cabelos da princesa, foi ai que ele viu o cabeleleiro colocar parte dos fios dentro de uma bolsa na qual guardava seus utensílios de trabalho.
            Após isso rei resolveu segui-lo, para descobrir aonde ele ia e o que eram feitos com os fios de ouro que ele estava roubando. Ele levantou-se bem cedo e saiu logo depois o rei saiu. Ele nem desconfiava que aquele mendigo que vinha longe atrás dele seria o rei, caminhou até um ourives onde retirou de sua bolsa uma sacola onde deveriam estar os fios de ouro e pediu para fazer algo. Chega o dia de cortar os cabelos da princesa, mas desta vez, entregou todos os fios, estaria ele desconfiado?
            Durante o resto daquela semana andava evitando o contato direto com o rei, parecia cortar caminho para não encontrá-lo. Quando ele saiu novamente o rei saiu atrás, foi direto ao ourives, chegando lá recebeu a sua encomenda e então o rei descobriu o que ele havia mandado fazer com os fios.
            Havia encomendado vários anéis pelo o que o rei podia ver parecia ser um para cada dedo de suas mãos, após ter descoberto o rei voltou para o castelo. Quando ele chegou o rei o esperava próximo à porta, entrou saldou ao rei, que o convidou para acompanhá-lo até seu escritório. Entraram lá já estavam dois soldados a esperá-los, o rei mandou-o sentar quando ele sentou os soldados trancaram a porta.
            Perguntou o que o rei queria com ele, o rei nada disse apenas pediu sua bolsa, ele suando e tremendo disse que naquela bolsa não havia nada que o rei pudesse querer, eram apenas seus utensílios de trabalho, neste momento o rei mandou um dos soldados arrancar a bolsa dele e abri-la, derramando sobre a mesa não apenas tesouras e pentes, mas também dez anéis.
            Ainda tentou explicar, mas fora interrompido pelo rei que disse que há tempos já vinha o observando e o tinha visto roubando os fios de ouro, ele nada mais disse e fora levado pelos soldados, para uma antiga prisão do castelo.
            Passaram-se alguns dias e orei mandou busca-lo, frente a frente com o rei ouviu a punição por você ter roubado os fios de ouro e tê-los transformado em anéis poderia ser a morte, ou quem sabe uma surra, mas a surra ira doer só na hora com o tempo a dor passa as cicatrizes curam e não é garantido que você aprenda uma lição, a morte menos ainda, pois você sofreria só naquele momento e como estaria morto também não aprenderia nada, então decidi que sua punição seria algo que cada vez que você visse você lembrar-se-ia seu ato de traição, decidi que para cada anel você perderá um dedo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário