segunda-feira, 14 de julho de 2014

A VIDA PEDE SUA LEITURA

Imagem: Google

Antonio Silva

            O novo livro de Fabrício Carpinejar Me Ajude a Chorar, é um livro pequeno tem menos de duzentas páginas, mas demorei para ler. Lia no máximo dez, vinte ou trinta páginas por dia. Precisava sentir o livro, precisava chorar com ele.
            Me Ajude a Chorar, é a biografia informal de Fabrício Carpinejar, uma  retrospectiva de sucessos, uma releitura  de si mesmo, uma autobiografia disfarçada. É aquela biografia guardada no fundo do armário para que um dia alguém encontre, leia, se emocione e publique.
            As crônicas ali reunidas são de todos os gêneros amor, humor, ironia, melancolia. Este livro é uma receita de misturas, é uma receita para livro. Em sua maioria os textos foram publicados no jornal Zero Hora na coluna semanal de terça-feira e na coluna do caderno Donna no sábado, e entre outros veículos como Folha de São Paulo e Revista Bravo, na qual publicou o conto Voo 1965 em 2011.
            Fabrício Carpinejar, mostra neste livro a intensidade do amor na crônica O oceano é uma conchinha, a reciprocidade do amor em Pai de meu pai, a força para vencer o bulling em Wolverine, como é possível vencer as dificuldades em O impossível é o sobrenome do medo, como nascem as amizades especiais entre pai e filho em Medo da chuva, Carpinejar alimenta seu lado social ao escrever sobre a morte de cães na BR-116, na crônica Parem de matar cachorros, e também nas crônicas A maior tragédia de nossas vidas, que relata o terrível acidente na Boate Kiss em Santa Maria, crônica esta que foi capa do jornal Folha de São Paulo. Seu saudosismo e seu respeito estão na crônica Não tenho mais avós vivos, onde escreve sobre o incêndio no Mercado Público de Porto Alegre. E no seu melhor jeito de se escrever em Carta a Cíntia Moscovich.
            Enfim Fabrício Carpinejar se revela imprevisível, sensível, reinventado na reedição de si mesmo a cada linha, a cada página.
            Me ajude A Chorar é para ser lido aos poucos. É preciso senti-lo, percebe-lo, entende-lo.
            Como o próprio autor diz: “Este livro é meu abraço”. Abraço nos olhos para secar as lágrimas, pois Me Ajude a Chorar é para ser lido chorando.


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