Imagem: Hallina Beltrão
Antonio
Silva
Talvez eu nunca tenha sido tão criticado como estou
sendo nos últimos dias, ao querer defender o jogador colombiano Zuñiga. Pois
sou um dos únicos que o defendo, até publiquei uma nota no meu facebook
explicando o lance, e mesmo assim fui alvo de diversas criticas e e-mails
carinhosos dizendo que eu não era brasileiro e coisa e tal, e que se eu fosse
brasileiro deveria sim defender Neymar.
Postei no Facebook que Zuñiga não
teve a intenção de machucar o atacante brasileiro, pois como as imagens mostram
ele atinge o jogador, mas com a perna reta, e se Zuñiga tivesse a intenção de
machuca-lo o joelho estaria dobrado, ele comete falta sim quando empurra Neymar
com as mãos, mas o restante acredito ser apenas um acidente de trabalho.
Se ele teve a intenção ou não é
impossível saber, mas o que me entristece é o que certos brasileiros que se
dizem “patriotas” fizeram. No Instagram xingaram a família do atleta e
comentaram ofensivamente a foto da filha dele de apenas dois anos. Uma postura
totalmente reprovável, mas com certeza deve ter uma justificativa bem elaborada
do tipo: “fizemos isso por Neymar”.
De fato tudo isso é fruto de uma
mídia doentia que transformou o jovem atleta brasileiro em um Deus, ele é vitima
em tudo, um anjo que joga futebol, e todos os outros contra ele são demônios
sedentos por seu sangue. Isso me faz voltar lá no primeiro jogo contra a
Croácia no qual Neymar atingiu o jogador croata no rosto e corretamente recebeu
cartão amarelo. Imaginei se aquele lance tivesse sido mais grave e tivesse
tirado o jogador da copa, qual seria a postura da mídia? É claro que
inocentariam o brasileiro e de alguma maneira talvez até culpassem o croata por
bater com a boca no braço de Neymar. São essas coisas que me irritam, pois cadê
a imparcialidade? Cadê o compromisso com a verdade e demonstração dos fatos? A
mídia hoje é quase um Pilatos pronto para crucificar o próprio povo quando o
povo mandar.
Neymar foi transformado pela mídia o
grande herói do país, e talvez isso tenha pesado demais em suas costas, pois
ele não foi decisivo quando Brasil precisou, por exemplo, contra o Chile e
contra a própria Colombina, pois cobrar escanteio não é fazer gol.
Neymar é hoje o maior santo
midiático brasileiro;
Neymar era o perdão de todos os
erros;
Perder com Neymar seria um acaso.
Perder sem Neymar será um fracasso;
Neymar era o alvará da CBF;
Neymar era a fé para os sonhos dos
milagres do povo;
Neymar era amenização da culpa;
Neymar era o escudo de Felipão;
Neymar carregava nas costas o peso
do fracasso de uma geração.
Abraços.
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