terça-feira, 2 de dezembro de 2014

QUANDO GANHAR É PERDER

Fábio Abreu


Antonio Silva


            O ano para o futebol gaúcho foi terrível, mas terrível mesmo daqueles que devemos achar que foi um pesadelo do qual acordaremos no próximo final de semana. Pode até ter sido um pesadelo, que deixa sequelas quase irreparáveis na história de cada um.

            Tanto Inter quanto Grêmio vivem de migalhas, conquista de vagas e da velha rinha entre os dois que não os leva a lugar nenhum a não ser ficarem cada vez menores em relação aos outros, mas o ego inflado esconde isso.

            Enquanto comemoramos vagas, vitórias em Grenais e reclamamos da arbitragem, os mineiros colocam faixas ensinam a quem quiser como se faz planejamento. O que dizer do Cruzeiro que entrou para ganhar as três competições do ano? E o Atlético que graças a reformulação de Alexandre Kalil saiu do ostracismo de 40 anos sem títulos para conquistar três em dois anos.

            Mas, voltando para a esfera sulista, o Inter comemorou a vaga para a Libertadores realmente como “Uma Taça Invisível” mas, que se fosse visível deixaria escrachado os equívocos cometidos o ano inteiro, como exclusão de jovens, erros gritantes de escalação, enfim Abel e seus comandados tiveram mais sorte do que juízo.

            A situação do Grêmio consegue ainda ser pior, pois se mantém inoperante quanto a resultados. Em dois anos conseguiu cometer os mesmos erros pontuais com relação a comando técnico e grupo de jogadores. Errou em manter Luxemburgo após a copa das confederações, errou em manter Enderson Moreira após a Copa do Mundo. Erros comuns que custaram mais um ano que repete os outros anteriores. Trazer Felipão foi um “anestésico” para as dores gremistas, e chegou a ser uma realidade na conquista de algo melhor, mas a carência do grupo pesou.

            O 2015, do Grêmio, não parece que vai ser muito diferente, as dificuldades financeiras impedem de querer muita coisa, já é uma realidade que Dudu, Alán Ruiz, Matías Rodriguez não ficarão. E Geromel fica até metade do ano, mas é difícil ele permanecer devido ao alto custo.

            Assim o Grêmio não vai ter outra saída senão apostar na base. Há muitos garotos bons, mas a pressão por resultados poderá dificultar o trabalho.

            Já o Inter saboreia a conquista da vaga (justo os colorados que não comemoram vagas) estão eufóricos em retornar a maior competição continental. Mas, está Libertadores será a mais disputada dos últimos tempos, já que os grandes da Argentina estarão de volta.

            Enfim o Inter terá que remontar o seu time. Precisará principalmente refazer sua defesa, reformular o meio campo e reforçar o ataque. Resumindo terá que enxergar seus próprios defeitos e deixar de ser soberbo com relação a si mesmo ou amargara mais um ano fracasso como foi em 2014.

            O ano de 2014, para a dupla foi lamentável, pois nenhum alcançou seus objetivos. O Inter se resguarda na conquista do Gauchão, o Grêmio na única vitória em Grenal.

            E isso é muito pouco para dois clubes centenários que investem milhões.


Crônica de n° 45
Quarta-feira 02 de dezembro de 2014.


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