sexta-feira, 10 de abril de 2015

UM DIA DE REFLEXÃO PARA OS JORNALISTAS

Antonio Silva


            Esta semana se “comemorou” o dia do jornalista. Ah, o jornalista que profissão mais incrível, animada, apaixonante! Sim é tudo isso e muito mais, não me arrependo uma vírgula por ter trocado o Direito ou a Administração e tantas outras opções pelo jornalismo.
            O jornalista é o único profissional que sabe se reinventar, aliás, o jornalista se reinventa todos os dias ainda mais agora com um mercado tão instável. As demissões em massa assustam, só nesse período de contenção de gastos e economia instável 524 jornalistas perderam o emprego.
A desvalorização da profissão é eminente, as dificuldades enfrentadas são inúmeras, muito acentuadas pela luta histórica da obrigatoriedade do diploma, mas não existe jornalista sem diploma, não existe profissional sem formação, ou aceitaríamos com tranquilidade um médico sem diploma?
            As tecnologias que vieram para agregar parecem que estão destruindo a principal função do jornalista que é estar na rua, prestar atenção ao seu redor e principalmente ser um agente de transformação da realidade. Já dizia Ricardo Kotscho, lugar de repórter é na rua, e não dentro de uma sala “pesquisando” notícias na internet apenas para dar a elas novas versões e republica-las.
            Vivemos em algumas redações por ai, um consórcio de notícias, no qual as empresas ganham por cliques, mas em nenhum momento preza pela qualidade e credibilidade da informação, o importante é fazer com que as pessoas acessem e a empresa ganhe dinheiro.
            Algo ainda mais agravante é o desprezo à comunicação pelos nossos governantes. No Brasil jornalistas não são valorizados e respeitados pelos governos, digo mais no nosso país jornalistas são considerados pelos governos como inimigos. Em outros países como Estados Unidos os jornalistas são pessoas respeitadas e suas opiniões são levadas a sério.

            Mesmo diante desse quadro de grandes dificuldades e futuro obscuro o jornalismo é um dos cursos mais procurados nas universidades brasileiras. O mais importante disso é fazer com que esses jovens jornalistas sejam diferentes, e que eles possam resgatar a verdadeira essência da profissão. Que eles possam estar mais nas ruas, a rua é a mãe da notícia. Que também eles possam ser mais unidos e principalmente menos individualistas, para que juntos possam lutar por mais direito e dignidade para a profissão.

PUBLICADO NO JORNAL 
FOLHA DE NOVA HARTZ
SEMANAL EDIÇÃO N° 370
SEXTA FEIRA 10 DE ABRIL DE 2015

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