terça-feira, 7 de abril de 2015

QUAL A RAÇA DO FUTEBOL

Gonza Rodríuez

Antonio Silva

            Quando eu era criança e ouvia o termo raça no futebol, eu pensava, no Dinho do Grêmio ou no Gamarra do Inter, pensava simplesmente em jogadores “raçudos” nunca pensei em preconceito racial até porque o maior jogador de futebol de todos é negro, a maioria dos jogadores são negros. Mas também nunca pensei em racismo porque para mim nunca existiu raça ou cor de pele, sempre gostei ou desgostei de alguém pelas suas atitudes e não pela cor da pele.
            Quando admitimos que ainda há racismo no futebol é como se construíssemos um muro em meio ao campo. Quando admitimos que há racismo no futebol ele perde o sentido. Quando admitimos que há racismo no futebol abandonamos a c
oletividade, abandonamos o companheirismo, abandonamos o desejo pelo esporte, mas, acima de tudo desistimos de acreditar que esse esporte pode transformar qualquer realidade, esquecemos que esse esporte já parou guerras e transformou o mundo.
            Casos como o do Aranha ano passado e agora o que envolve Fabrício apenas mostram o tamanho do desgoverno no futebol brasileiro, pois os casos só se repetem e alternam a gravidade e nada acontece. São apenas posições brandas como perda de pontos ou multas, a exclusão do Grêmio mesmo foi mais midiática do que punitiva.
            Vamos ao futebol
            O Grêmio está há 11 jogos invicto altera entre boas e más atuações, soluções confiáveis e ao mesmo tempo duvidosas, esperanças e expectativas. Mas Felipão conseguiu o inimaginável com esses jogadores, ele conseguiu convencê-los de que cada jogo é o mais importante e isso de fato é o que está fazendo o Grêmio vencer.
            Já o Inter têm nas vitórias o aval necessário para se blindar, mesmo vencendo a trancos e barrancos, terminou a primeira fase em vantagem. O fato de não ter um time definido é um fator positivo, pois pode confundir o adversário, espero que não comprometa o próprio time.
            O surto de Fabrício aflorou inúmeras discussões, inclusive sobre racismo, com a qual abri esse texto, mas em nenhum momento alguém questionou a atuação do psicólogo do clube. Pois, Fabrício é um caso de tratamento psicológico e caberia a esse profissional identificar na primeira vez que isso aconteceu.

            Pior do que a atitude de Fabrício foi a infeliz declaração do presidente da Federação Gaúcha, pois segundo ele “há situações em que o cara pode sofrer racismo porque merece” por favor né? Em que mundo vivemos, que máscaras usamos. Simplesmente não entendo o que leva um pessoa pública a dar uma declaração dessa. É por essas e outras que o futebol está sucumbindo nas mãos de dirigentes arcaicos.

Crônica Publicada 

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