Gonza Rodríuez
Antonio Silva
Quando eu era criança e ouvia o termo raça no futebol, eu
pensava, no Dinho do Grêmio ou no Gamarra do Inter, pensava simplesmente em
jogadores “raçudos” nunca pensei em preconceito racial até porque o maior
jogador de futebol de todos é negro, a maioria dos jogadores são negros. Mas
também nunca pensei em racismo porque para mim nunca existiu raça ou cor de
pele, sempre gostei ou desgostei de alguém pelas suas atitudes e não pela cor
da pele.
Quando admitimos que ainda há racismo no futebol é como
se construíssemos um muro em meio ao campo. Quando admitimos que há racismo no
futebol ele perde o sentido. Quando admitimos que há racismo no futebol
abandonamos a c
oletividade,
abandonamos o companheirismo, abandonamos o desejo pelo esporte, mas, acima de
tudo desistimos de acreditar que esse esporte pode transformar qualquer
realidade, esquecemos que esse esporte já parou guerras e transformou o mundo.
Casos como o do Aranha ano passado e agora o que envolve
Fabrício apenas mostram o tamanho do desgoverno no futebol brasileiro, pois os
casos só se repetem e alternam a gravidade e nada acontece. São apenas posições
brandas como perda de pontos ou multas, a exclusão do Grêmio mesmo foi mais
midiática do que punitiva.
Vamos ao futebol
O Grêmio está há 11 jogos invicto altera entre boas e más
atuações, soluções confiáveis e ao mesmo tempo duvidosas, esperanças e
expectativas. Mas Felipão conseguiu o inimaginável com esses jogadores, ele
conseguiu convencê-los de que cada jogo é o mais importante e isso de fato é o
que está fazendo o Grêmio vencer.
Já o Inter têm nas vitórias o aval necessário para se
blindar, mesmo vencendo a trancos e barrancos, terminou a primeira fase em
vantagem. O fato de não ter um time definido é um fator positivo, pois pode
confundir o adversário, espero que não comprometa o próprio time.
O surto de Fabrício aflorou inúmeras discussões,
inclusive sobre racismo, com a qual abri esse texto, mas em nenhum momento
alguém questionou a atuação do psicólogo do clube. Pois, Fabrício é um caso de
tratamento psicológico e caberia a esse profissional identificar na primeira
vez que isso aconteceu.
Pior do que a atitude de Fabrício foi a infeliz declaração
do presidente da Federação Gaúcha, pois segundo ele “há situações em que o cara pode sofrer racismo porque merece”
por favor né? Em que mundo vivemos, que máscaras usamos. Simplesmente não
entendo o que leva um pessoa pública a dar uma declaração dessa. É por essas e
outras que o futebol está sucumbindo nas mãos de dirigentes arcaicos.
Crônica Publicada
Nenhum comentário:
Postar um comentário