sábado, 11 de abril de 2015

O NOJO VIROU BEIJO

Eileen Agar



Bruna Beatris Berghan

            Nos meus tempos de colégio era diferente de hoje em dia. No fundamental as meninas tinha certo nojo dos meninos. Diziam que jamais iriam se casar. E os meninos, por sua vez, diziam que as meninas eram chatas, e que aquelas que eram mais inteligentes serviam para passar “cola” na hora da prova.
            Mas agora, depois que sai do colegial, a escola virou de cabeça para baixo. Ou será que foram apenas os alunos?
            Tudo mudou, o nojo ou o achar chata se transformou em ficadas e namoros em plena infância. É difícil encontrar meninas levando suas bonecas para trocar as roupinhas e brincar de mamãe e filhinha. Agora elas pegam roupas e maquiagens escondidas de suas mães ou irmãs mais velhas e se produzem na escola. Uma maneira de atrair os olhares dos meninos. E a brincadeira de ser mamãe virou realidade. As meninas que engravidam deixam de lado a criança e assumem o papel de mãe de uma boneca real. Isso quando não deixam isso por conta da avó.
            E os menino que antes brincavam de jogar bolita e de carrinho, disputando quem tinha mais e as mais bonitos. Hoje disputam quem pegou mais e as mais bonitas. Aqueles que tem mais nomes em sua lista são os melhores. O ganhador é percebido de longe, pois as meninas o rodeiam e aquele que não pegou ninguém é o rejeitado. Ah, e além disso, o machismo já aparece. Porque os meninos que pegam todas são os “garanhões” e as meninas que pegam todos são as “galinhas”. Errado não. Certo seria se ninguém se “pegasse” nessa idade.
            O que será que mudou? A educação, as mídias ou o deixar que nossas crianças sejam de fácil influência?
            Realmente eu não sei, só sei que parece estar tudo do avesso. Parece também que o amor nasce mais cedo, o amor aquele de casal mesmo. Porque essas crianças dizem amar em plenos 8 anos. Sabe aquela idade das perguntas, que tudo querem saber? Pois é, essa idade já querem começar a namorar. Sei lá, quem sabe queiram descobrir como é beijar, não é mesmo?
            Quero que isso mude. Que meus filhos possam se diferentes e viver tudo no seu tempo, sem atropelar a vida. Viver cada momento, sem querer crescer depressa.

            Que saudade dos meus tempos de criança. Que saudade e que boas lembranças de poder ter sido uma criança.

PUBLICADO NO JORNAL 
FOLHA DE NOVA HARTZ
SEMANAL EDIÇÃO N° 370
SEXTA FEIRA 10 DE ABRIL DE 2015

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