quinta-feira, 16 de julho de 2015

NOSSAS ESCOLHAS NOS CRUCIFICAM

Retirantes - Portinari
Antonio Silva


Uma das coisas que mais gosto de fazer é observar como as pessoas se movem, na nossa atual sociedade a qual intitulo como a sociedade das aparências.
            Aparências físicas, mentais e sociais. As pessoas não mais querem saber como você é, não mais querem realmente conhecer você por aquilo que é. Elas querem sim que você pareça algo, ou pelo menos, venda uma ideia.
            Assim aos poucos nos constituímos seres absolutamente iguais, seres incapazes de questionar a realidade, pois estamos presos em pequenos mundos insignificantes, porém, consumidores da nossa razão.
            Desta forma rejeitamos o diferente, criticamos ou rebaixamos porque algo diferente poderia representar perigo. E como essa rejeição se tornou tão natural, ela se manifesta de forma continua. Assim se criou uma espécie de Espiral do Silêncio. Nessa espiral rejeita-se o diferente e se faz com que ele se isole por não estar incluído em um contexto maior.
            E como é bom falar em rejeição, talvez eu já esteja acostumado, mas com certeza isso não me fará mudar, talvez tenha vivido a vida toda com ela que nos tornamos parceiros.
            Sofro com isso pelas minhas escolhas (as quais não pretendo mudar) construí uma identidade própria e é através dela que vivo e defendo meus ideais. Não me importo se as pessoas acham feio ou não gostam da minha barba grande, os apelidos e piadas fortalecem a escolha do caminho certo.
            Torço pela Argentina, a seleção brasileira morreu para mim em 2006, quando tinha um super time e desprezou os adversários. Ao contrário dos modinhas não torço para a Alemanha depois dos 7x1, mas admiro muito o trabalho feito pelos alemães na construção de uma ideia de futebol. Também não torço pela Argentina por causa do Messi. Torço porque me identifico com o estilo de futebol, com muita força, garra, e agora com boas doses de técnica.
            Não gosto de música sertaneja, muito pela construção das letras. Primeiro são letras pobres, qualquer simples análise vai comprovar isso. Segundo além das letras serem pobres falam somente de amores frustrados, bebedeira, dinheiro e desvalorizam as mulheres.
            Não tenho religião, mas não sou ateu, apenas não acho necessário levantar uma bandeira de uma religião qualquer para estar próximo de Deus. Ao contrário Deus não está nas religiões, mas está nos atos e nos sentimentos de cada pessoa. De nada adianta ser um dentro da igreja e outro fora.
            Posso até parecer antissocial, ou até mesmo seja, pois sei o peso das palavras e as uso quando realmente é necessário. É muito fácil falar, mas ser responsável por suas palavras é algo bem diferente.
            Então sendo assim simples, sincero, sem modas e com escolhas próprias estou pronto para ser crucificado pelos “moralistas” de plantão, aqueles que vendem uma ideia, mas as escuras praticam outra, aqueles escravos da aparência, escravos sociais.

            Mas antes ser crucificado com personalidade do que ser mais um morto insignificante.

Um comentário:

  1. Bom meu jornalista preferido....
    eu já tinha lido esse artigo na sua página do google....
    você é muito verdadeiro

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