Magritte
Antonio Silva
Nada
de flores, bombons, presentes.
Nada
de e-mail, mensagem no celular, Whats.
Nada,
nem sequer um reles parabéns.
Ninguém
pensou em nos acordar com beijos e parabéns, sequer lembram do nosso dia.
Nem fomos liberados
a uma noite de cervejadas, futebol, e carne assada.
Mal
sabem que esperamos o ano inteiro por esse dia, ano a ano esperamos que o
próximo seja diferente, que no próximo ao chegarmos de um dia cansado de
trabalho sejamos recebidos com um jantar romântico, vinho, luz de velas, uma
noite perfeita que acabaria em sexo.
O homem
definitivamente está condenado ao ostracismo. Definitivamente esquecido,
largado, inutilizado.
Aos
poucos perdemos a exclusividades das tarefas da macheza, jamais pensamos que a
mulher poderia abrir um vidro de pepino sozinha, assumir a churrasqueira, tomar
conta das tarefas domésticas sem aos menos reclamar que não ajudamos. Não nos
deixaram nem as baratas, agora não apenas as matam, mas também eliminam seus
restos mortais sem qualquer nojo ou arrependimento.
Elas
que tanto buscaram a igualdade (e
conseguiram) assumiram a dianteira da casa, dos negócios, do tempo.
Tornam
aos poucos o homem um animal extinto, digo mais inútil. Aos poucos vamos
desaparecendo na inutilidade que nos toma.
A prova
disso é que nem no nosso dia somos mais lembrados.
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