quinta-feira, 16 de julho de 2015

DIA INTERNACIONAL DO HOMEM

Magritte


Antonio Silva
                Nada de flores, bombons, presentes.
                Nada de e-mail, mensagem no celular, Whats.
                Nada, nem sequer um reles parabéns.
                Ninguém pensou em nos acordar com beijos e parabéns, sequer lembram do nosso dia.
Nem fomos liberados a uma noite de cervejadas, futebol, e carne assada.
                Mal sabem que esperamos o ano inteiro por esse dia, ano a ano esperamos que o próximo seja diferente, que no próximo ao chegarmos de um dia cansado de trabalho sejamos recebidos com um jantar romântico, vinho, luz de velas, uma noite perfeita que acabaria em sexo.
                O homem definitivamente está condenado ao ostracismo. Definitivamente esquecido, largado, inutilizado.
                Aos poucos perdemos a exclusividades das tarefas da macheza, jamais pensamos que a mulher poderia abrir um vidro de pepino sozinha, assumir a churrasqueira, tomar conta das tarefas domésticas sem aos menos reclamar que não ajudamos. Não nos deixaram nem as baratas, agora não apenas as matam, mas também eliminam seus restos mortais sem qualquer nojo ou arrependimento.
                Elas que tanto buscaram a igualdade  (e conseguiram) assumiram a dianteira da casa, dos negócios, do tempo.
                Tornam aos poucos o homem um animal extinto, digo mais inútil. Aos poucos vamos desaparecendo na inutilidade que nos toma.

                A prova disso é que nem no nosso dia somos mais lembrados.

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