Retirantes - Portinari
Antonio
Silva
Uma das coisas que mais gosto de fazer é observar
como as pessoas se movem, na nossa atual sociedade a qual intitulo como a
sociedade das aparências.
Aparências físicas, mentais e
sociais. As pessoas não mais querem saber como você é, não mais querem
realmente conhecer você por aquilo que é. Elas querem sim que você pareça algo,
ou pelo menos, venda uma ideia.
Assim aos poucos nos constituímos
seres absolutamente iguais, seres incapazes de questionar a realidade, pois
estamos presos em pequenos mundos insignificantes, porém, consumidores da nossa
razão.
Desta forma rejeitamos o diferente,
criticamos ou rebaixamos porque algo diferente poderia representar perigo. E
como essa rejeição se tornou tão natural, ela se manifesta de forma continua.
Assim se criou uma espécie de Espiral do Silêncio. Nessa espiral rejeita-se o
diferente e se faz com que ele se isole por não estar incluído em um contexto
maior.
E como é bom falar em rejeição,
talvez eu já esteja acostumado, mas com certeza isso não me fará mudar, talvez
tenha vivido a vida toda com ela que nos tornamos parceiros.
Sofro com isso pelas minhas escolhas
(as quais não pretendo mudar) construí uma identidade própria e é através dela
que vivo e defendo meus ideais. Não me importo se as pessoas acham feio ou não
gostam da minha barba grande, os apelidos e piadas fortalecem a escolha do
caminho certo.
Torço pela Argentina, a seleção
brasileira morreu para mim em 2006, quando tinha um super time e desprezou os
adversários. Ao contrário dos modinhas não torço para a Alemanha depois dos
7x1, mas admiro muito o trabalho feito pelos alemães na construção de uma ideia
de futebol. Também não torço pela Argentina por causa do Messi. Torço porque me
identifico com o estilo de futebol, com muita força, garra, e agora com boas
doses de técnica.
Não gosto de música sertaneja, muito
pela construção das letras. Primeiro são letras pobres, qualquer simples
análise vai comprovar isso. Segundo além das letras serem pobres falam somente
de amores frustrados, bebedeira, dinheiro e desvalorizam as mulheres.
Não tenho religião, mas não sou
ateu, apenas não acho necessário levantar uma bandeira de uma religião qualquer
para estar próximo de Deus. Ao contrário Deus não está nas religiões, mas está
nos atos e nos sentimentos de cada pessoa. De nada adianta ser um dentro da
igreja e outro fora.
Posso até parecer antissocial, ou
até mesmo seja, pois sei o peso das palavras e as uso quando realmente é
necessário. É muito fácil falar, mas ser responsável por suas palavras é algo
bem diferente.
Então sendo assim simples, sincero,
sem modas e com escolhas próprias estou pronto para ser crucificado pelos
“moralistas” de plantão, aqueles que vendem uma ideia, mas as escuras praticam
outra, aqueles escravos da aparência, escravos sociais.
Mas antes ser crucificado com
personalidade do que ser mais um morto insignificante.
Bom meu jornalista preferido....
ResponderExcluireu já tinha lido esse artigo na sua página do google....
você é muito verdadeiro