terça-feira, 5 de agosto de 2025

MARCELO, VOLTE PARA CASA

 

Foto: Internet - Reprodução.

Voltar para casa é bom. Estar em casa é sinônimo de conforto, segurança e alegria. Às vezes, tudo o que precisamos é do aconchego do lar para estarmos em paz. No futebol, não é muito diferente; a nossa casa é um fator decisivo para conquistas, histórias e memórias. Tem gente que defende que os pilares de um time se constroem na base, no pátio de casa – talvez seja daí que vem a máxima "goleiro bom se faz em casa".

E, por falar em goleiro, logo lembro de Marcelo Grohe, forjado no calvário gremista da Série B. Injustiçado por anos no banco de reserva, desprestigiado em nome de goleiros questionáveis. Pois, como todo bom gremista, esperar era o que ele mais sabia; esperou até que chegasse o seu momento.

Poderia ter brigado, gritado, saído, mas aguentou firme. Nos poucos momentos em que jogava, mostrava que estava pronto. Quando recebeu a oportunidade, parecia que tinha guardado todo o seu brilho. Além das defesas importantes e de entender o que era ser goleiro no Grêmio, Marcelo sabia da responsabilidade de ocupar o lugar de Danrlei; parecia estar abençoado por aquele que carrega Deus no nome e abençoava a meta tricolor.

Soube sofrer para viver as glórias. E foram muitas: entre gauchões, o penta da Copa do Brasil em 2016, o tri da Libertadores em 2017 – com a defesa do século contra o Barcelona, no Equador – e, em 2018, alcançou um recorde pouco celebrado, mas é o goleiro com mais tempo sem tomar gols pelo Grêmio, com 803 minutos, superando nomes como Picasso e Victor.

Se suas passagens na Arábia Saudita não inspiram confiança, se você acha que o tempo dele já passou ou que pode estar colocando em risco sua história... Tudo isso pode ser verdade, mas às vezes o que a gente precisa é só voltar para casa.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

A MENSAGEM DE INCLUSÃO DA PRETA GIL

Foto: Internet/Reprodução.

Após a morte da Preta Gil, as redes sociais foram inundadas de posts, frases e lembranças. Naturalmente, para quem a conhecia. Uma oportunidade para quem surfa na onda do momento, independente do tema.

Eu, particularmente, não a conhecia, não acompanhava seu trabalho, mas soube de sua vivência com a doença e de sua coragem em falar abertamente sobre ela e expor suas cicatrizes.

E, por falar em cicatrizes, uma frase me chamou atenção: "Eu não tenho vergonha das minhas cicatrizes". Ela, em especial, além de ser um relato potente sobre levar a vida da forma como ela se apresenta, me fez lembrar de mim e de tantas outras pessoas que, assim como eu, convivem com uma deficiência.

"Eu não tenho vergonha das minhas cicatrizes"

Ser uma pessoa com deficiência naturalmente vai nos trazer cicatrizes. Muitas delas são físicas, seja por cirurgias ou tratamentos que buscam nos "curar", visto que ainda estamos presos ao modelo biomédico e à necessidade de "consertar" as pessoas. Porém, não somente o nosso físico é afetado; muitas das cicatrizes são emocionais, sociais, financeiras e sexuais. Ou seja, além do físico, precisamos lidar com diversas outras cicatrizes causadas por uma sociedade que nos rejeita, nos relega ao lugar do esquecimento, do abandono.

O capacitismo, ainda tão pouco conhecido, falado e explorado, já nos exclui desde antes de nascermos, já nos deixa cicatrizes que vamos carregar ao longo da nossa trajetória.

Mas onde entra a Preta Gil nisso? Na potência da sua frase: "Eu não tenho vergonha das minhas cicatrizes". Ao não termos vergonha de nós mesmos, vencemos o medo. Ao não termos vergonha de nossa história, criamos potência. Ao não termos vergonha das nossas cicatrizes, nos amamos mais. Ao não termos vergonha da nossa luta, vencemos qualquer batalha.

Devemos nos orgulhar de nossas cicatrizes; elas são o mapa da nossa vida. E, quando sentimos orgulho, damos um basta no capacitismo.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

CAPITÃO DA INDÚSTRIA

Foto: Internet/Divulgação


Ele sentia-se mal sem saber a razão. Já havia procurado tantos médicos, mas sua doença era um mistério, um grande mistério, poderia ser uma depressão, ou algo parecido, mas com agravantes.
            Sentia-se mal, indisposto, infeliz a solidão de anos começava a incomodar, nesses momentos lembrava até da mulher que abandonou há anos. Abandono este causado pelo trabalho, que durante mais de cinquenta anos fez parte da sua vida e que só o deixou porque foi obrigado.
            Durante essas cinco décadas nunca teve tempo livre, nunca pensou em outra coisa a não ser no trabalho, ele dormia para trabalhar, ele comia para trabalhar, ele corria para trabalhar, só enxergava números, estatísticas, prazos, valores, lucros, débitos, ativo, passivo....
            Lutou ao máximo para não se aposentar, ainda sentia-se útil, jovem e tinha mais experiência de qualquer outro que pudesse vir a substituí-lo, mas obrigado pelo dono da empresa assinou os documentos. Enfim, veio a aposentadoria, junto veio o tédio e a sensação de inutilidade ao perceber que não tinha nada para fazer, pois só sabia trabalhar.
            Sentindo-se assim logo apareceu a tal doença, no primeiro mês não deu muita importância, pensando que logo aquelas sensações ruins passariam, mas passou o mês e tudo continuava igual, ou pior. A sensação de inutilidade, mal-estar, cansaço tristeza, fadiga. Resolveu procurar um médico.
            Chegando ao consultório contou o que estava acontecendo ao doutor que lhe deu um relaxante muscular, explicando que após tantos anos de trabalho seu metabolismo estava estranhando a falta da rotina agitada que tinha antes de se aposentar. Passado um mês ele deveria retornar, quando retornou estava ainda pior, além do cansaço físico era notável o abatimento psicológico, olheiras, desânimo, estava mergulhado em uma tristeza absoluta, o médico ao ver seu estado acrescentou lhe mais um medicamento um antidepressivo, passado mais um tempo ele retornou ao consultório e nada de melhorar, fez inúmeros exames que nada mostravam, mas seu estado físico e psicológico só piorava.
            O médico ao vê-lo e analisar seus exames que nada mostravam ficou intrigado, paralisado na dúvida, pois em todos aqueles anos de profissão jamais havia tratado um caso tão intrigante, ele começava a entender a suposta gravidade de sua doença ao olhar para o médico e ver que ele estava perplexo. Então perguntou a ele: - doutor o que eu tenho? É grave? O médico olhou em seus olhos respirou fundo e disse: - Não sei. Mas continuou: - eu teria duas opções de tratamento para o senhor, interná-lo ou mandá-lo retornar ao trabalho, como acho que a primeira opção será tão inútil quanto foram os tratamentos até agora, peço que o senhor volte a trabalhar.
Ao ouvir aquela noticia, ele parecia renascer, toda a angústia, tristeza, solidão, dores, pensamentos negativos, abatimento psicológico sumiu, sentia o bom e velho capitão da indústria de sempre renascendo das cinzas da aposentadoria. Saiu do consultório direto procurar um emprego, o tempo passou, foi ocupado pelo novo emprego, mas dois meses depois ele retornou.
Aparentemente ele estava bem, feliz, com brilho nos olhos, cheio de planos, mas o doutor ao ler seu nome no prontuário e chamá-lo para a consulta ficou receoso, pois mandá-lo trabalhar era sua estratégia para tentar encontrar uma cura ou um alívio para aquela estranha doença. Ele entrou e sentou, nem esperou e médico começar a falar e disse: - Obrigado por me curar doutor!

PUBLICADO NO JORNAL A FOLHA
DE NOVA HARTZ SEMANAL ANO VIII
EDIÇÃO N° 299 SEXTA-FEIRA 03 DE MAIO DE 2013

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O Desafio Farroupilha foi realmente inclusivo?

Foto: Divulgação

O Desafio Farroupilha é um reality show gaúcho realizado pela RBS TV, afiliada da Rede Globo, no Rio Grande do Sul. O objetivo do programa é valorizar e exaltar a cultura do Estadol em uma competição que envolve música, dança e outras expressões do tradicionalismo.

Em 2017, por exemplo, a competição teve a temática da dança e o grande vencedor foi o CTG Farroupilha, de Alegrete sendo que a final ocorreu no Teatro Unisinos, em Porto Alegre. Em 2018, a temática foi inclusão social.

Como o próprio quadro anunciou o reality “Desafio Farroupilha 2018”, seria diferente e realmente foi, pois na sua quinta edição, o tema foi inclusão social. A escolha se deu para contar a história de uma moça cega que é apaixonada pela cultura gaúcha.
O reality nas suas edições anteriores sempre teve um viés competitivo, que termina com a apresentação final dentro do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (ENART), considerado o maior evento de arte da cultura gaúcha. Mas, logo no primeiro episódio a diferença ficou clara, pela primeira vez o reality não seria uma competição.

O fato de não ser uma competição foi explicado pelos apresentadores no início, logo com 1m44s, mas o que isso tem haver? No universo da inclusão tudo! Pois justamente quando se trabalha a ideia de incluir e mostrar o mundo da pessoa com deficiência não se compete, ou seja, se passa uma ideia de que as pessoas com deficiência não tem essa capacidade para competir.

Outro ponto importante é a apresentadora evidenciar o fato do reality ter LIBRAS e audiodescrição, como se isso “engrandecesse” a iniciativa do programa, mas para quem não sabe tanto LIBRAS quanto a audiodescrição são mecanismos de acessibilidades previstos na Lei Brasileira de Inclusão n° 13.146/2015.

Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, conforme regulamentação específica.

Ainda sobre o episódio um, ficou claro em vários momentos a falta de conhecimento de causa dos envolvidos, cometeram erros primários como confundir cego e deficiente visual, além disso, inúmeras vezes se repetiram as expressões “exemplo de superação, inspiração”, frases que dentro do conceito inclusivo, dificultam a inclusão de fato e distanciam a pessoa com deficiência das demais.

Entenda a diferença entre cegueira e deficiência visual:
Cego: É considerada cega a pessoa que não tem ou nunca a possibilidade de enxergar, já a pessoa com deficiência visual, tem diferentes graus de visão.

Vale ressaltar o nome do desafio “Olhos do coração”, logicamente, todos sabemos, que os corações não tem olhos e que nenhum cego enxerga pelo coração, mas então por que usar essa expressão? Simples! A utilização de figuras de linguagem, principalmente, emotivas evitam a discussão e a reflexão sobre determinado assunto, no caso, a inclusão de fato das pessoas com deficiência.

No episódio 2: Foi importante mostrar outros exemplos de inclusão em outras localidades, mas em todos eles se supervalorizou a ação, colocando tanto a pessoa com deficiência quanto os agentes inclusivos com seres diferenciados, quando na verdade apenas cumpriram seu papel. Novamente apareceu muito a ideia do exemplo, como se fosse obrigação de uma pessoa com deficiência ser exemplo para as demais. Outro ponto interessante foi usar o exemplo do Daniel, menino surdo-mudo, dizendo que ele aprendeu muito rápido, como se alguém que não fala e não ouve não pudesse aprender outras coisas.
Ainda nesse episódio um detalhe foi esquecido, em determinado momento aparece um moça surda, porém, oralizada fato que não foi explicado, sendo que o censo comum diz que todo surdo é mudo e vice-versa, mas na verdade isso é mito.
Nesse episódio também foi presente a ideia “Dom de ver, reclamar menos, pelo menos ouvimos a música e voz do coração”, essas expressões mesmo que de forma não intencionais demonstram preconceito.. Devo reclamar menos por andar quando encontro um cadeirante? Não! Devo entender que o fato dele não andar não o torna um coitado ou incapaz, e evidenciar as demais qualidades dele. Esse tipo de frase citada acima isola, consola e impede um olhar amplo sobre a capacidade da pessoa com deficiência.

No episódio 3, um das coisas que mais marca é a ingenuidade da ideia do “Troca de papéis”, como se viver algumas horas ou um dia a experiência de uma deficiência pudesse fazer com que alguém entendesse a complexidade da situação, isso além de não funcionar, ainda reforça sentimentos como superação, heroísmo entre outros que como citado acima atrapalham no processo inclusivo.
Neste episódio, logo aos 0:48s, o apresentador reforça a ideia de que não haverá competição no reality.  É neste que mais elementos errados são possíveis de encontrar palavras com “deficiente, transformação, males da deficiência, força de vontade, sofrimento” entre outros que marcam muito. É nele também que durante a troca de papéis que uma moça caminha sobre o piso tátil vendada dizendo que ele ajuda, sendo que esse piso é para ser tocado com a bengala, e também não se explica o que piso significa nem para que serve aquele que ela “andou” sobre.

O episódio 4, da atenção a acessibilidade dos CTG´s e mostra bons exemplos de adaptação, porém, novamente são comuns as expressões “deficientes, guerreiro, batalhador”, e novamente se confunde cego e deficiente visual, uma das frases mais marcantes do episódio “Vieram para salvar as outras pessoas”, como se uma pessoa com deficiência fosse um recado de Deus, um castigo ou um alerta.. E sabemos que a deficiência é uma condição da vida humana, então não cabe à ideia de castigo nem de benção.
O episódio 5, é a apresentação final, nele novamente estão presentes a ideia de superação, sentir na pele entre outras já citadas acima.

Considerações finais

Dizer que a mídia precisa evoluir muito para falar de pessoa com deficiência é, chover no molhado, por isso, eles deveriam dar mais atenção a causa e entender a importância de usar a nomenclatura correta, de não misturar conceitos, combater a ideia de capacitismo.

Em todos os episódios a apresentadora fez questão de lembrar da LIBRAS e audiodescrição como se isso fosse um “algo a mais” quando na verdade é obrigação das empresas de comunicação oferecer acessibilidade.
A formação acadêmica tem certa culpa nesse processo, afinal seja qual for o curso, o ensino é raso e não se da à devida atenção as causas como a da pessoa com deficiência. Mas, cabe ao jornalista se preparar, estudar e buscar conceitos com especialista, pois a abrangência de uma produção jornalística como esta é imensa, desta forma as informações e conceitos apresentados errados ou como similares compromete muito o processo de inclusão, principalmente, em uma sociedade na qual as pessoas tem o hábito de aprender pela televisão.

Desta forma e diante dos conceitos apresentados, é possível afirmar que o “Desafio Farroupilha” não é inclusivo, pois peca em questões primordiais para o processo de inclusão, além de ter se mostrado capacitista, supervalorizando as ações de uma pessoa com deficiência e criando a ideia de é preciso  uma “super ação” para de fato incluir.

terça-feira, 3 de abril de 2018

DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O AUTISMO



                     Desde 2008, a ONU (Organização das Nações Unidas), instituiu o dia 02 de abril como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, um dia de reflexão e luta por uma melhor qualidade de vida e inclusão social das pessoas com Autismo. Estima-se que no Brasil existem aproximadamente 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e 70 milhões em todo mundo.
                Entre os principais problemas enfrentados pelas pessoas com autismo estão o preconceito e a discriminação cultural, já que a deficiência, na maioria dos casos, não é visível, ou seja, não apresentam aspectos visuais ou marcas no corpo.
                Em 2017, foi divulgado um estudo feito pelo CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, revela que uma a cada 100 crianças no mundo nasce com autismo, o que mostra que houve um aumento nos casos, pois há alguns anos, a estimativa mostrava que era um caso a cada 500 nascidos. A pesquisa ainda mostra que a maioria dos casos são em meninos.
                Segundo a Associação Brasileira de Autismo, (ABA), o Transtorno do Espectro Autismo, caracteriza por alterações presentes desde os primeiros anos de idade, tipicamente antes dos três anos, que tem como características principais dificuldades de comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
                Vale ressaltar que não existe uma causa específica, mas existem estudos que dizem que o autismo tem origem em anormalidades genéticas em alguma parte do cérebro. O diagnóstico para autismo só pode ser feito através de uma avaliação de um neuropsiquiatria ou de áreas afins.
                O autismo tem algumas classificações que também servem para o diagnóstico e tratamento correto de cada caso, tais como: Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Autismo Atípico, Autismo de Alto Nível Funcional, Perturbação Semântica-Pragmática e a Perturbação do Espectro do Autismo (ASD).
                Apesar das pessoas com autismo terem uma certa dificuldade em interação social e comunicação, o espectro não impede que eles tenham uma vida como qualquer outra pessoa, entre os desenvolvimentos mais comuns estão a aprendizagem de línguas, raciocínio lógico e leitura de forma autônoma.
                O tratamento para o Autismo envolve várias áreas, pois é preciso fazer de forma global onde todos os envolvidos participem e interajam. O tratamento deve conter apoio educacional e familiar, desenvolvimento da linguagem e comunicação, fisioterapia entre outros métodos, pois cada caso possui sua especificidade.
                Os avanços de estudos na área do autismo e outras deficiências, cada vez mais temos métodos de inclusão social, o que possibilita a crianças com autismo desenvolverem suas potencialidades e terem uma vida social como qualquer outra pessoa.

COLUNA SEMANAL NA EDIÇÃO DIGITAL DO JORNAL INTEGRAÇÃO N° 19 TERÇA-FEIRA 03 DE ABRIL DE 2018


terça-feira, 20 de março de 2018

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN




              No dia 21 de março celebra-se o Dia Internacional da síndrome de Down. Essa síndrome é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células do indivíduo, também conhecida como trissomia, é importante ressaltar que a síndrome de Down não é uma doença, portanto, não é contagiosa ou transmitida. As pessoas com Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células ao invés de 46, como a maior parte da população.
                Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estima-se que existam cerca de 300 mil pessoas com síndrome de Down no Brasil. Crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estarem sujeitas a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes.
                Vale explicar que a síndrome de Down não contém um fator que pode causa-la, ou seja, não é culpa dos pais e nem poderia ser feito algo para evita-la. As pessoas com síndrome de Down podem e devem ter uma vida comum como qualquer outra pessoa, o mais importante é descobrir a forma correta para alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades dando a eles independência e autonomia para a realização de suas tarefas, desta forma uma pessoa com síndrome de Down, pode e deve ter uma vida autônoma como qualquer outra pessoa, isso inclui ir a escola como qualquer outra criança, namorar, trabalhar e se divertir.
                Entre as características de uma pessoa com síndrome de Down estão os olhos amendoados, maior facilidade para desenvolvimento de algumas doenças, problemas de visãoe deficiência intelectual. Outras características marcantes são o tamanho, geralmente, elas são menores e seu desenvolvimento físico e mental são mais lentos que crianças da mesma idade.
                Desta forma, para falar sobre uma pessoa com síndrome de Down, vale o mesmo conselho dado para qualquer outra deficiência, pois primeiramente, eles devem ser vistos como pessoas que são capazes de realizar qualquer atividade, merecem respeito e oportunidades nas áreas que desejarem e o mais importante devem ser respeitadas e estimuladas dentro de suas características e que isso sirva para que haja a inclusão de fato.
                Que este dia 21 de março seja um dia de comemoração pelas conquistas alcançadas, mas que também seja um dia de reflexão e conhecimento sobre a causa da síndrome de Down.

COLUNA SEMANAL NA EDIÇÃO DIGITAL DO JORNAL INTEGRAÇÃO N° 18 TERÇA-FEIRA 20 DE MARÇO DE 2018

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terça-feira, 13 de março de 2018

NA DÚVIDA, PERGUNTE



               Uma das principais questões na vida de uma pessoa com deficiência é a o olhar alheio sobre sua deficiência. Muitos olham com olhos de admiração, outros com pena ou até medo, talvez, por isso, seja tão importante a questão da nomenclatura, afinal ela é a base do combate ao preconceito contra a pessoa com deficiência.
                Mas, o assunto desta coluna não é propriamente a questão da nomenclatura, e sim algo mais simples, porém, às vezes bem mais difícil do que saber a forma certa de se dirigir a uma pessoa com deficiência.
                Um dos desafios que enfrentamos é romper a barreira do medo das pessoas em perguntar para nós o motivo da deficiência, e isso por vezes contribui não só para alimentar o preconceito como também para impedir que se comece ali uma relação seja ela de amizade ou até mesmo profissional.
                Meu conselho nesse caso é bem simples: Na dúvida, pergunte! Afinal é assim que a gente pode tirar qualquer dúvida a respeito de qualquer assunto. Por isso, ao encontrar uma pessoa com deficiência e quiser saber por qual motivo ela tem uma deficiência, pergunte, mas obviamente seja educado e respeite o espaço do outro.
                Eu, particularmente, nunca me incomodei em explicar o motivo da minha deficiência, já perdi as contas de quantas vezes expliquei para as pessoas a razão da minha mobilidade reduzida, das minhas oito cirurgias e da longa recuperação que tive até chegar ao ponto em que estou hoje. Mas, assim como eu falo sem problema algum, existem pessoas que não gostam ou até tem dificuldade em falar sobre o assunto.
                O que percebo muito também é, que as pessoas tem vontade de perguntar, mas tem um certo receio, um medo ou uma insegurança, para isso vale a dica de perguntar, claro desde que a pessoa queira falar e se sinta a vontade para comentar sobre sua deficiência e como isso afeta sua vida.
                Sempre que passo por essa situação, tento explicar da forma mais didática possível, que sofri uma ameaça de paralisia cerebral que deixou uma sequela na minha perna direita, por isso, ao longo dos anos passei por oito cirurgias para corrigir os movimentos dela. Da mesma forma que conto gosto de saber das pessoas, o motivo de suas deficiências e com isso acabo virando amigo e tudo mais.
                Mas, você deve estar se perguntando onde isso pode combater o preconceito? Pois, bem, cada vez que nos propomos a entender algo estamos mais dispostos a não criar um pré-conceito sobre aquilo, ou seja, estamos mais próximos de compreender e aceitar as diferenças do outro sejam elas quais forem.
                Justamente, por isso, sou defensor do “Na dúvida, pergunte” afinal conversar ainda é a melhor forma de resolver a maioria das coisas.

COLUNA SEMANAL NA EDIÇÃO DIGITAL DO JORNAL INTEGRAÇÃO N° 17 TERÇA-FEIRA 13 DE MARÇO DE 2018