Voltar para casa é bom. Estar em casa é sinônimo de conforto, segurança e alegria. Às vezes, tudo o que precisamos é do aconchego do lar para estarmos em paz. No futebol, não é muito diferente; a nossa casa é um fator decisivo para conquistas, histórias e memórias. Tem gente que defende que os pilares de um time se constroem na base, no pátio de casa – talvez seja daí que vem a máxima "goleiro bom se faz em casa".
E, por falar em goleiro, logo lembro de Marcelo Grohe, forjado no calvário gremista da Série B. Injustiçado por anos no banco de reserva, desprestigiado em nome de goleiros questionáveis. Pois, como todo bom gremista, esperar era o que ele mais sabia; esperou até que chegasse o seu momento.
Poderia ter brigado, gritado, saído, mas aguentou firme. Nos poucos momentos em que jogava, mostrava que estava pronto. Quando recebeu a oportunidade, parecia que tinha guardado todo o seu brilho. Além das defesas importantes e de entender o que era ser goleiro no Grêmio, Marcelo sabia da responsabilidade de ocupar o lugar de Danrlei; parecia estar abençoado por aquele que carrega Deus no nome e abençoava a meta tricolor.
Soube sofrer para viver as glórias. E foram muitas: entre gauchões, o penta da Copa do Brasil em 2016, o tri da Libertadores em 2017 – com a defesa do século contra o Barcelona, no Equador – e, em 2018, alcançou um recorde pouco celebrado, mas é o goleiro com mais tempo sem tomar gols pelo Grêmio, com 803 minutos, superando nomes como Picasso e Victor.
Se suas passagens na Arábia Saudita não inspiram confiança, se você acha que o tempo dele já passou ou que pode estar colocando em risco sua história... Tudo isso pode ser verdade, mas às vezes o que a gente precisa é só voltar para casa.
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