Uma das principais questões na
vida de uma pessoa com deficiência é a o olhar alheio sobre sua deficiência.
Muitos olham com olhos de admiração, outros com pena ou até medo, talvez, por
isso, seja tão importante a questão da nomenclatura, afinal ela é a base do
combate ao preconceito contra a pessoa com deficiência.
Mas,
o assunto desta coluna não é propriamente a questão da nomenclatura, e sim algo
mais simples, porém, às vezes bem mais difícil do que saber a forma certa de se
dirigir a uma pessoa com deficiência.
Um
dos desafios que enfrentamos é romper a barreira do medo das pessoas em
perguntar para nós o motivo da deficiência, e isso por vezes contribui não só
para alimentar o preconceito como também para impedir que se comece ali uma
relação seja ela de amizade ou até mesmo profissional.
Meu
conselho nesse caso é bem simples: Na dúvida, pergunte! Afinal é assim que a
gente pode tirar qualquer dúvida a respeito de qualquer assunto. Por isso, ao
encontrar uma pessoa com deficiência e quiser saber por qual motivo ela tem uma
deficiência, pergunte, mas obviamente seja educado e respeite o espaço do
outro.
Eu,
particularmente, nunca me incomodei em explicar o motivo da minha deficiência,
já perdi as contas de quantas vezes expliquei para as pessoas a razão da minha
mobilidade reduzida, das minhas oito cirurgias e da longa recuperação que tive
até chegar ao ponto em que estou hoje. Mas, assim como eu falo sem problema
algum, existem pessoas que não gostam ou até tem dificuldade em falar sobre o
assunto.
O
que percebo muito também é, que as pessoas tem vontade de perguntar, mas tem um
certo receio, um medo ou uma insegurança, para isso vale a dica de perguntar,
claro desde que a pessoa queira falar e se sinta a vontade para comentar sobre
sua deficiência e como isso afeta sua vida.
Sempre
que passo por essa situação, tento explicar da forma mais didática possível,
que sofri uma ameaça de paralisia cerebral que deixou uma sequela na minha
perna direita, por isso, ao longo dos anos passei por oito cirurgias para
corrigir os movimentos dela. Da mesma forma que conto gosto de saber das
pessoas, o motivo de suas deficiências e com isso acabo virando amigo e tudo
mais.
Mas,
você deve estar se perguntando onde isso pode combater o preconceito? Pois,
bem, cada vez que nos propomos a entender algo estamos mais dispostos a não
criar um pré-conceito sobre aquilo, ou seja, estamos mais próximos de
compreender e aceitar as diferenças do outro sejam elas quais forem.
Justamente,
por isso, sou defensor do “Na dúvida, pergunte” afinal conversar ainda é a
melhor forma de resolver a maioria das coisas.
COLUNA SEMANAL NA EDIÇÃO DIGITAL DO JORNAL INTEGRAÇÃO N° 17 TERÇA-FEIRA 13 DE MARÇO DE 2018
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