segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

ACESSIBILIDADE, PARA QUÊ?


                  A acessibilidade é o que garante, ou deveria garantir, o acesso da pessoa com deficiência a locais, produtos e serviços, mas sabemos que na prática não é bem assim. Ainda estamos muito longe de ter cidades com acessibilidade, mas por falar em acessibilidade o que significa isso?
                Segundo o que diz a lei "acessibilidade é possibilidade e condição de utilização com segurança e autonomia de espaços, equipamentos, edificações, transportes, informação e comunicação, tanto em espaços públicos ou privados, de uso coletivo em zonas urbanas ou rurais, para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida."
                O conceito é completo, bonito, explicativo, mas entre ele e a realidade existe uma lacuna gigante, pois basta ir para às ruas para ver o desleixo e o desrespeito ao qual nós pessoas com deficiência, idosos e pessoas com mobilidade reduzida passamos. A qualidade das calçadas ou a ausência delas são um exemplo, sem falar nos degraus dos prédios e outros tantos desafios que enfrentamos diariamente para poder se locomover.
                A acessibilidade está presente em todos os momentos da vida de uma pessoa com deficiência e até mesmo das que não tem deficiência, um exemplo, é o idoso que precisa de rampas e corrimãos para acessar determinados locais. Outro exemplo é a colocação da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, pois segundo um levantamento feito em 2016, a principal dificuldade para trabalhar é a falta de acessibilidade tanto no trajeto quanto no local de trabalho. As escolas também estão longe de oferecer acessibilidade, estima-se que apenas 19% de todas as escolas de ensino básico do país sejam acessíveis. E assim segue a questão do transporte público, calçadas e prédios tanto públicos quanto privados.
                Os desafios são vários, por isso, a acessibilidade não pode ser vista como um tema isolado, mas sim de uma forma que possa englobar toda a sociedade, seja através de políticas públicas ou até mesmo ações conjuntas de associações de bairro, pois se cada um fizer um pouco é, possível transformar a realidade. Boas condições de acessibilidade garantem o direito de ir e vir e também de existir, por isso, é papel de cada um de nós fiscalizar e contribuir para que as mudanças aconteçam.

                O caminho para a solução, em tese, seria a aplicação da lei, mas sabemos que isso é bem difícil, já que para a aplicação da lei deveria haver fiscalização o que também não há. Mas, então qual é a saída? No meu ponto de vista, a melhor forma de denunciar a falta de acessibilidade é, ir para a rua, é mostrar para as pessoas que estamos ali e que eles precisam olhar para nós e que precisam nos oferecer condições de estar nos mesmos locais que qualquer pessoa. 







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